[6] Desatando nós e criando laços

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Se eu escutar, minha mente será preenchida com fogo?

Irei rir ou irei chorar?

- Aurora (Dance On The Moon)

Quando deixou que um dos anciões desenhassem em seu rosto e torso os símbolos das Deusas e mais algumas runas sagradas, o Barão de Lion sentiu-se ser preenchido de alívio ao mesmo tempo em que Killari uivava em desalento

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Quando deixou que um dos anciões desenhassem em seu rosto e torso os símbolos das Deusas e mais algumas runas sagradas, o Barão de Lion sentiu-se ser preenchido de alívio ao mesmo tempo em que Killari uivava em desalento.

Apenas uma vez a cada quinze anos, durante o Festival dos Amantes, é que o Ritual de Quebra de Almas[1] podia ser feito e muita das vezes ainda oferecia risco de vida para aqueles que o faziam. Cortar laços com uma alma gêmea – ou desfazer uma marca – era um processo complexo, extremamente doloroso e raro. Ainda assim, o ômega lúpus decidiu aceitar os riscos.

A fim de ter a maior segurança possível com relação ao corpo daquele que passaria pelo ritual, haviam algumas coisas que precisavam ser feitas ainda semanas antes do eclipse.

Namjoon havia seguido as instruções dos anciões com esmero e sentia-se mais que pronto. Durante uma semana inteira alimentou-se apenas de chás, evitou contato com alfas e trabalhos pesados que poderiam lhe deixar fatigado. Repousou quase completamente, poupando forças, e havia trago consigo um objeto pessoal de Idalia, sua falecida esposa – a escova que outrora usava para escovar os cabelos negros e sedosos.

Mas apesar de ansioso, estava com medo.

Mesmo que soubesse dos riscos que estava colocando a si mesmo naquele momento, não temia a morte. Temia apenas deixar sua filha sozinha pelo mundo, mesmo com a certeza de que Hoseok nunca a abandonaria, Namjoon conhecia bem a dor de uma vida sem seus progenitores e não desejava isso à sua filhotinha nessa e em nenhuma das vidas que se seguirem.

Se assustou, piscando algumas vezes, quando um dos anciões salpicou algumas gotas de sangue em seu rosto com um ramo de carvalho, murmurando uma prece através dos lábios envelhecidos, mas apenas respirou fundo e apertou os joelhos com as mãos para se livrar do nervosismo. Era um dia feliz, afinal. Finalmente soltaria as amarras que ainda o prendiam ao fantasma de sua alma gêmea e seria livre para amar novamente, se assim fosse da vontade das Deusas.

― Estás pronto?

Namjoon pausou por um momento, sentindo as palmas das mãos suadas. Respirou fundo algumas vezes e, prestes a assentir, sentiu um toque em seu rosto. Piscou algumas vezes, erguendo a mão para a bochecha que havia passado a formigar, quente. Quando a mesma sensação aflorou em sua outra bochecha e em seguida a sua testa, Namjoon sentiu o coração bater forte.

Idalia? ― sussurrou.

O ômega não podia vê-la, mas ela estava lá, ajoelhada à sua frente e com seu rosto entre as mãos, depositando um suave selar em sua testa; ela sempre esteve. Enquanto ele estava preso a um fantasma, ela estava presa ao mundo dos vivos, vendo seu amado sofrer durante anos, de mãos atadas.

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