[12] O corte que sempre sangra

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Veja, eu tenho medo de amar, mas medo de ficar sozinho
Ainda me pergunto por que meu coração está sempre quebrado

- Nathan Wagner (Lonely)

Quando Jeongguk finalmente voltou a si, três dias após o início de seu heat, todo o seu corpo clamava por ajuda, dolorido da cabeça aos pés

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Quando Jeongguk finalmente voltou a si, três dias após o início de seu heat, todo o seu corpo clamava por ajuda, dolorido da cabeça aos pés. Sentia-se como uma pluma flutuando ao vento, sem realmente sentir seus músculos ou estrutura corporal por longos segundos, sendo capaz apenas de perceber os espasmos dolorosos que por vezes o atravessavam, deixando a carne trêmula.

Certo que sempre sentia-se assim após seus cios, mas dessa vez, por algum motivo, parecia tudo muito mais intenso.

Primeiro, tocou o chão com as pontas dos dedos, desejando se situar. Era de pedra. Ouvia ao fundo o som de vozes e passos, pássaros cantando. Lambeu os próprios lábios, desejando produzir saliva para umedecer a garganta seca, mas conseguiu apenas franzir o nariz ao sentir o sabor ferroso do sangue seco na pele rasgada de sua boca. Então finalmente usou de seu olfato e farejou o ar.

Sentiu cheiro de vela queimada e leite. Relaxou. Era o cheiro de sua casa; das velas que sempre queimavam à noite, e de Yoongi. Farejou o ar novamente: suor e eucalipto. Park Jimin.

Foi ligeiro em levantar, errante. Passou as mãos pelos cabelos ao se dar conta de que havia realmente passado o cio com o príncipe. Não conseguia recordar, de forma alguma, o que havia se desenrolado depois que conseguiu relaxar em seu ninho, o restante sendo apenas borrões indefinidos, porém amaldiçoou seus instintos ômegas que havia o feito aceitar Jimin como seu parceiro de heat.

— Tantos alfas — resmungou para si mesmo, enrolando-se em um manto de algodão que havia encontrado, dando seu melhor para ignorar os protestos do corpo dolorido. — E tu cedes logo para ele?

— Quem havia de ser senão teu alfa?

Jeongguk virou de supetão. Jimin estava desperto, piscando os olhos dourados em sua direção. Estava nu e não parecia se envergonhar de tal fato, mesmo que o olhar penetrante do ômega o encontrasse daquela forma. Não havia envergonhado-se nos três dias anteriores, por que o faria agora?

— Não és meu alfa — retrucou, apertando mais o tecido ao seu redor, para garantir que estava, de fato, coberto.

— Sou tua alma gêmea.

Jeongguk viu-se na obrigação de revirar os olhos.

— Um grande infortúnio, devo pontuar. Continuas, ainda assim, não sendo o meu alfa.

O Príncipe suspirou e sentou, passando uma das mãos pelos fios loiros, já cansado, por mais que o dia tivesse acabado de começar — havia passado 3 dias gastando bem suas energias, afinal. Não usava os usuais anéis de prata e ouro, o Merabe reparou. Nu daquela forma, não parecia ter toda aquela pompa típica de um membro da realeza, na verdade, se não fosse pelos cabelos e olhos dourados, poderia muito bem ser um comum camponês.

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