[8] A morte está à espreita

339 47 68
                                    

Por favor, permaneça vivo.

- JUNGKOOK, prod. By SUGA (Stay Alive)

Yak'këtsuya esfregou os olhos com as mãos em punho enquanto se sentava na cama estreita lentamente, sentindo o sono ainda correr por seu corpo pequenino

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Yak'këtsuya esfregou os olhos com as mãos em punho enquanto se sentava na cama estreita lentamente, sentindo o sono ainda correr por seu corpo pequenino. O ronronar baixinho que abandonava sua boca não era suficiente para abafar as tosses insistentes que haviam atrapalhado-lhe o sono e despertado-o.

O pequeno filhote virou o rosto inchado e meio amassado algumas vezes, procurando sua progenitora. Apenas a encontrou encurvada sobre a pequena mesa de madeira, cobrindo a boca com uma das mãos enquanto tossia repetidas vezes, o corpo frágil e delicado estremecendo tão violentamente que parecia ao ponto de quebrar.

- P'pap'pa? [Trad Merabe: Mama?] - perguntou, engatinhando sobre a cama apenas para tentar se aproximar mais da ômega. Sentou-se sobre os pés descalços, olhando-a com uma curiosidade quase palpável escorrendo dos olhos escuros, idênticos aos do pai a qual nunca conhecera.

Qiërhazig se encolheu, tossindo mais algumas vezes antes de virar para o filhote com os lábios manchados de vermelho, assim como o pequeno pano que havia usado para abafar os sons feios numa tentativa falha de manter o lobinho dormindo. A ômega tinha uma expressão cansada. Bolsas escuras se faziam visíveis sob os olhos redondos e profundos, as bochechas haviam se tornado fundas e finas com o passar dos dias, dando-lhe uma aparência cada vez mais adoentada.

Nem mesmo seus cabelos longos e pretos como carvão tinham o mesmo brilho de sempre. Parecia opaco e frágil. Ao acordar, sempre havia um punhado deixado sobre a cama, dando-lhe falhas indiscretas no couro.

Qiërhazig era uma ômega linda e exuberante antes de passar a sofrer com uma doença misteriosa. A maldita doença vinha a destruindo aos poucos, de dentro para fora, e por mais que Yak'këtsuya fosse apenas um filhote e a ômega tentasse esconder o que acontecia consigo, o moreninho via; percebia.

Ele sempre soube que havia algo de errado.

Mas Qiërhazig sempre sorria quando olhava em sua direção, escondendo as próprias dores.

- Mniliorhtë, al'lorhcarh Qiërhazig? Yak'këtsuya yaërhcorarh p'pap'pa [Trad Merabe: Acordei-te, filhote? Me perdoe] - expressou em seu típico timbre baixo e arrastado.

Arrastado assim como seus pés sobre o assoalho de madeira, enquanto Qiërhazig se esforçava para chegar perto de seu pequeno. A pequena cabana que dividiam desde seu nascimento era estreita, o que facilitou seu trajeto até que se deixasse despencar sobre a cama desconfortável. Ergueu um dos braços magros, permitindo a Yak'këtsuya engatinhar de volta e se aninhar em seu abraço e entre as roupas que haviam formado um ninho ao seu redor, banhando-o com o cheiro de sua mãe.

Também haviam roupas de Thülkcë, seu pai, mas os tecidos desgastados já não portavam mais o cheiro do alfa. Estavam ali apenas para criar a ilusão do conforto que os ninhos de filhotes deveriam ter.

Rosas de AeliOnde histórias criam vida. Descubra agora