[1267, ano de Trevas]
Yoona se remexeu na grande cama, arfando de dor ao apertar os lençóis pesados e bordados entre os dedos. A pele brilhava de suor sob a luz das velas. Era dia, mas todas as cortinas da câmara de parto haviam sido fechadas no primeiro dia de seu isolamento, exatamente quando completara sete meses de gestação, para evitar que quaisquer doenças carregadas pelo vento entrassem pelas janelas e dificultasse o nascimento do futuro de Borvary. Agora, aos nove meses, o dia mais aguardado do Reino havia chegado.
Era sua primeira vez passando por um parto, mas esforçou-se para lembrar das vezes em que sua mãe ômega havia lhe falado sobre seu nascimento e de seus irmãos. Além disso, não estava sozinha. As parteiras, mulheres experientes que prestavam assistência durante o parto, andavam de um lado para o outro no quarto, realizando gestos de conforto e preparando os diversos remédios e instrumentos que poderiam ser necessários. Mais cedo, já havia tomado um pouco de chá de erva-doce para ajudar-lhe com as dores. Para Yoona, aquilo não havia funcionado minimamente, pois ainda se sentia rasgando ao meio.
Além das parteiras, é claro que toda a família real também estava presente, além de alguns membros de sua Corte e algumas pessoas enviadas pessoalmente do reino de Borvary, para ajudar a solidificar a aliança e demonstrar publicamente o apoio mútuo entre os dois reinos. E, claro, para garantir a legitimidade do herdeiro.
Um parto real era um evento e tanto.
― Certo, estás indo bem, Majestade. Já vejo a cabeça! ― a parteira mais experiente exclamou, encurvada entre as pernas de Yoona. ― Na próxima contração, dê tudo de si!
Yoona não aguentou, soltando entre grunhidos frustrados:
― Mas eu já estou dando tudo de mim!
A parteira sorriu.
― Sim, Majestade, continue dessa forma. ― Então se dirigiu à mulher ao seu lado: ― Traga-me panos limpos. É preciso aquecer a criança quando nascer.
Rapidamente a mulher correu para fazer o que foi mandado e Yoona se preparou para outra contração, esforçando-se ao máximo para ignorar completamente os outros lupinos na câmara de parto. Principalmente aqueles que insistiam em dizer que o parto seria complicado devido à ausência da mãe alfa da criança.
Sim, Yoona gostaria muito que Altheia estivesse presente nesse momento, com todas as suas forças, mas a rainha de Borvary havia dito que tinha muitos afazeres em seu Reino e não poderia comparecer. Então estava sozinha.
Meus pés estão no chão, eu juro
Mas não estou indo a lugar nenhum- My Heart's Grave (Faouzia)
Uma contração a atingiu e Yoona cerrou os dentes e os punhos, grunhindo ao fazer força mais uma vez.
― Sim, Majestade! Continue, continue!
ξ
A Minha Nobre Senhora,
Que esta carta chegue a vós com a esperança de encontrar-vos bem e em paz.
Com a licença de Vossa Majestade, compartilho convosco uma notícia que me é, ao mesmo tempo, fonte de alegria e de profunda dor. Hoje, neste dia em que os pássaros entoam cânticos de celebração e as flores exalam seu perfume em homenagem à vida que se renova, tenho a honra de anunciar a chegada de nosso filho, uma luz que brilha no horizonte de nossa linhagem.
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Rosas de Aeli
Fanfiction[ABO] [jikook] "Que a fé nos guie e as Deusas nos protejam." Menosprezado por sua origem e oprimido por sua classe, depois de uma infância e adolescência turbulenta, Jeon Jeongguk desenvolveu uma ira inigualável por alfas e pela monarquia. No entant...