Elis acorda às 4 horas da manhã e percebe o silêncio em sua casa. O que é estranho para a jovem de 17 anos.
A família de Elis é composta por seus pais e suas duas irmãs gêmeas de 5 anos.
Ao sair do quarto, sente um ar opressor e uma angústia toma conta do seu coração. Parada na frente da porta dos seu quarto, Elis olha para a escada e escuta um barulho vindo do quarto onde suas irmãs estão dormindo.
Antes de subir, sem entender o porquê, prefere passar na cozinha e pegar uma faca. E a jovem escolhe a maior que tem. Sentindo-se protegida atrás da faca empunhada na sua mão direita, Elis sobe a escada com cautela e ouvidos atentos.
A escuridão que vem do topo da escada não está normal. A claridade do banheiro parece ofuscada por uma sombra maligna que paira no primeiro andar.
O ar podre enche os pulmões de Elis e o sentimento de amparo é sepultado de vez.
Um barulho rangido prolongado ecoa do quarto dos seus pais. E dois pares de olhos vermelhos se sobressaltam da escuridão.
Uma gargalhada aterrorizante sai de dentro da escuridão habitada pela criatura demoníaca.
Sim. Um demônio escondido nas trevas. Um ser que gargalha pelos olhos vermelhos, como se os sons saíssem por lá... pelas órbitas oculares que agora lembram olhos de dragão.
Elis, pergunta o nome do demônio. Ele nada responde. Pergunta pela sua família... nada. Silêncio total.
Ao tentar se aproximar do ser nefasto, uma outra criatura a agarra pela cintura, pulou de dentro das sombras do inferno.
O demônio a olha de baixo para cima mostrando seus dentes podres com hálito de morte fresca e falando num idioma que Elis tem certeza que vem das profundezas do inferno.
Golpe. Mais uma vez... mais dez vezes. Aquele demônio não poderia continuar existindo! Era uma afronta a Deus e à segurança da sua família. Elis sempre foi uma criança acostumada a ver o outro lado, mas, dessa vez seria diferente. Ele reagiria. Mataria.
O sangue que espirra em sua face é bem mais escuro que o normal. E fede. Fede tanto que quase a faz ficar sem ar.
Elis vê o demônio que estava agarrado à sua cintura cair feito uma pedra. Seus olhos vão perdendo o vermelhão enquanto despenca no chão.
— N-não. — Lá de dentro da escuridão a jovem vê outro. Esse lhe parece mais perigoso porque gesticula e grita mais.
Antes de pular para dentro da escuridão e atacar o segundo demônio que continua dentro das trevas, Elis é interceptada pelo primeiro demônio que viu. O maior. Eles caem junto.
A faca, cai um pouco antes do primeiro degrau que desce a escada. Sem demorar muito e por ser mais rápido e ágil que o demônio corpulento, Elis pega a faca e disfere o primeiro golpe na mão dele.
Em seguida, com o demônio ainda de joelhos diante dela, crava-lhe a faca de baixo pra cima na garganta, varando até o céu da boca.
A fúria do ser das trevas é tão intensa que ele consegue a empurrar para longe e com uma força descomunal, puxa a faca rasgando a metade da sua cara.
Mais uma vez o fedor do sangue enche as narinas de Elis, fazendo-a enlouquecer ainda mais e gritando o nome de Deus pula em cima do demônio o atacando e mordendo.
Como o sabor do sangue que enche sua boca lhe causa nojo, a jovem Faz um esforço sobre humano para alcançar a faca que está ao lado deles e a enfia num dos olhos do demônio que urra de dor.
Elis, então grita:
— EM NOME DE DEUS, MORRA!
Um, cinco, dez, doze e parou. Seu braço parou cansado oi depois de desferir doze apunhaladas. Elis está cansada. Muito cansada.
Sentindo-se revestida pelo poder dos céus, Elis se levanta e vai na direção do demônio que não para de pular e gritar na cama.
Falando uma língua que ela mesa não entende, Elis degola o demônio sem dificuldades. Ela se sente forte. Acredita na força vinda do alto.
Uma pancada é dada na sua cabeça. Elis cai. Um quarto demônio aproveitando que a jovem havia desleixado a guarda, bate-lhe com força a fazendo cair no chão com todo o corpo. E depois pula em cima dela para matá-la.
Por puro instinto, Elis consegue arquear os pés e usando-os como uma catapulta, jogando o demônio contra uma escrivaninha.
Foi aí que Elis entendeu que estava lutando para salvar sua família da fúria dos demônios. O som era da escrivaninha de um dos quartos da sua casa.
E ela lutou contra esse último.
Ela apanhou muito.
O dito cujo era muito forte e a batia sem piedade. Foi no último e total ato de desespero que ela pede forças mais uma vez, para tentar salvar sua família, e se sentindo igual a Sansão, Elis consegue que seu último ataque seja bem sucedido.
Com um pedaço de vidro que lembra uma espada, e sem se preocupar com os cortes provocados em sua mão, Elis golpeia o demônio no ouvido.
O gigante pende para trás, dando tempo de Elis golpeá-lo mais vezes.
Elis não perde tempo. Era ele ou sua família. Foi ele quem morreu.
A jovem fica parada em pé, para em seguida sentir a exaustão lhe consumindo totalmente e despencar sobre o assoalho de madeira lavado de sangue.
Elis, sente orgulho de si mesma e precisa agora terminar o que começou. Senão, os demônios voltarão.
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EU VELO SEU SONO - Lançamento 28/03/22 - Em Andamento
Mystery / Thriller4 pessoas de uma mesma família mortas. Elis, a filha do casal é a única suspeita. Há 10 anos Jude Salomão fez sua primeira incursão nos sonhos de uma vítima de agressão, ouvindo uma música de Heavy Metal, da banda Black Sabbath. Elis, entra num e...