Jude Salomão escuta o grito ficar mais alto! A pessoa que está presa no quarto com a porta de ferro, grita a cada segundo com mais força.
Vendo que não tem como subir pela frente da casa e usando as pedras, Jude volta a ficar embaixo do primeiro piso e salta para cima.
Jude Salomão vê o quão absurdo é, aquele quarto no segundo andar ser sustentado apenas por três paredes em ruínas.
Jude Salomão sente a onda gigante sendo trazida pelos ventos, quando tem seu rosto molhado por salpicados salgados. Ela salta mais uma vez e ao tentar tocar na maçaneta dourada...
A porta simplesmente se abre.
"Aline?"
Jude Salomão permanece estática. Parada. Sem ação. Olhando para a jovem Aline dos Santos Vieira, sua vizinha, deitada numa cama de hospital, com vários aparelhos ligados no seu corpo.
Sem demorar mais, Jude se aproxima da cama que Aline está deitada e a menina está apavorada, mexendo apenas os olhos arregalados.
Nem Aline e nem Jude percebe o que está acontecendo naquele momento. Uma pediu socorro e a outra ouviu o pedido e saiu para ajudá-la.
— Vamos! Não temos tempo! — Jude começa a tirar todas as amarras e medicações que estão sendo administradas pelas veias de Aline.
— Eu conheço você! — Fala Aline, com a voz sonolenta.
— Aline, nós somos vizinhas. — Jude olha dentro dos olhos de Aline, para depois verificar se a jovem encontra-se livre e podendo andar.
— O que você faz aqui?
— Eu não sei onde estamos, mas, eu sinto que preciso tirar você desse lugar.
— E onde estou?
— Tudo isso... parece um sonho. Eu só me lembro que estava dormindo e me acordei... bom deixa para lá! Vamos logo menina!
— Não sinto as minhas pernas.
— Só um minuto. — Jude Salomão sente uma presença demoníaca no lugar. Olhando para trás, debaixo da cama que Aline estava, percebe que elas não estão sozinhas ali.
Olhos iguais aos de serpente, percebendo que havia sido notado, retribui sua surpresa devolvendo o olhar.
Jude Salomão passa os braços de Aline em volta do seu pescoço e sabe que precisa fugir dali.
A jovem percebe que não terão chances de saírem vivas daquele lugar, se descerem e correrem pela areia que cerca a propriedade.
O salto sai para cima. Com as duas abraçadas e Jude Salomão com o corpo esticado como se quisesse voar.
As duas caem separadas.
Aline levanta-se primeiro mas cai. As suas pernas continuam sem força. Mortas.
Olhando para o seu lado direito, entendo agora o porquê de Jude Salomão está tão apressada.
A onda é gigante. Mesmo estando uns dois quilômetros longe delas, a parede d'água parece está a poucos segundos das meninas.
Os sóis já não conseguem mais serem vistos. A onda que vai de um extremo ao outro tampou os raios solares, trazendo uma sombra avassaladora.
Olhando para frente, Jude Salomão percebe que seu fio de prata está apagando e acendendo com extrema velocidade. Ela tenta um novo salto, mas não consegue.
Foi aí que Jude percebeu que a oscilação do fio de prata preso na sua cabeça, de alguma forma está interferindo nos seus saltos.
É tudo muito novo. É tudo muito estranho. É tudo sem nenhuma explicação lógica. Jude dormiu e tudo aconteceu.
Percebendo que ainda faltava um longo caminho até a porta por onde saiu, Jude Salomão entende que chegou o fim para as duas.
Apoiando suas mãos na areia, tentando se levantar, Jude Salomão desabafa:
— Nós só precisávamos de uma mãozinha... do tamanho da de Possêidon... que tem na capa da banda Rainbow.
— O que você disse? Capa de disco? Que porcaria está falando? Nós vamos morrer. — Desespera-se a recém-desperta.
— Aline, só foi um pensamento tolo... um baita de um pensamento...
Uma mão gigante feita de areia, ergue-se por baixo de Jude Salomão e Aline, as levantando.
Movendo-se através da areia, a mão gigante carrega as duas jovens na direção da porta que está no meio do nada. Jude Salomão sente-se cansada.
A onda homérica paira sobre as cabeças das duas jovens, molhando-as quase que por completo, quando são arremessadas caindo a poucos metros da entrada.
Jude Salomão sentindo suas forças irem embora, respira fundo e olhando para Aline grita:
— Você não vai morrer hoje!
Imbuída de uma força erguida pela vontade de viver, Jude Salomão pega Aline pelos braços e a joga-se na direção da porta aberta.
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.A cabeça de Aline lateja parecendo que vai explodir. Seus olhos estão pesados. Parece que faz uma eternidade que seus olhos estão fechados.
Dezenas de pares de olhos estão olhando assustados para ela. Mas, tem um que ela reconhece.
— Minha filha! Graças a Deus! Graças a Deus você voltou para gente. — Aline recebe um abraço apertado, mesmo estando deitada no leito do hospital.
Aline acabara de sair do coma.
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EU VELO SEU SONO - Lançamento 28/03/22 - Em Andamento
Misterio / Suspenso4 pessoas de uma mesma família mortas. Elis, a filha do casal é a única suspeita. Há 10 anos Jude Salomão fez sua primeira incursão nos sonhos de uma vítima de agressão, ouvindo uma música de Heavy Metal, da banda Black Sabbath. Elis, entra num e...