IV

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No dia seguinte à estranha conversa que teve com o chefe de casa, Harry mal conseguiu comer nada durante o café da manhã e o almoço, tentando evitar ao máximo seu professor e os outros de sua casa para não os perturbar, ainda pensando em que todos achavam que ele realmente era ruim - como Draco, que achava que ele ficava acordado até tarde com a vela acesa só para irritá-lo. 

Amanhã foi uma verdadeira tortura, mesmo que fosse sexta-feira, e o resto do dia também. Ele estava cansado, seus ossos e músculos doloridos da posição estranha em que acidentalmente adormeceu no chão frio do banheiro, e ele tinha certeza de que estava prestes a adoecer pelo mesmo motivo. Por essa razão, ele não estava tão animado quanto seus colegas e os grifinórios quando chegaram à última aula do dia, que era a aula com o professor Hooch. 

No começo tudo correu bem, é claro. Ele tinha finalmente encontrado uma matéria onde ele fazia as coisas com facilidade e não se sentia tão bobo, porque todo mundo estava tendo muita dificuldade em pegar sua vassoura - Harry estava orgulhoso, ele só precisava de um "Levante!" para pegar sua vassoura, assim como Draco -. Então eles tiveram que voar alguns centímetros acima do solo, mas foi aí que o problema começou. Uma vassoura d0 Grifinório - Neville Longbottom, Draco bufou ao seu lado, como se esperasse - aparentemente ganhou vida própria, levando o pobre garoto aterrorizado em uma viagem não tão agradável para longe do chão, depois caindo em uma das muralhas do castelo, fazendo com que o Grifinório caísse de cerca de cinco metros de altura, sua queda sendo levemente pausada - ele não conseguiu encontrar outras palavras - por uma tocha, e finalmente aterrissando no chão com um estalo alto que o fez ficar com uma cara de dor. Quando o professor foi até o menino. Harry viu Draco pegando algo do chão, embora só depois que o professor saiu para a ala hospitalar ele descobriu o que era. 

– Olha, o idiota do Longbottom deixou cair seu lembrol. 

Lá estava, Harry disse a si mesmo na época, que talvez ele devesse ter ouvidos moucos e tentado ficar longe da vista do loiro platinado, que vendo sua carranca e olhar de reprovação, a próxima coisa que ele disse foi: 

– Vamos Potter, pegue- a se puder. Se você o pegar, eu mesmo o devolvo a Longbottom. Se não, é meu. 

Harry não queria, Harry não precisava. 
Ele tinha ouvido a ameaça de expulsão do Professor Hooch e estava um pouco assustado - Professor Snape pegaria todo o seu dinheiro, e ele poderia não conseguir fazer tanto trabalho doméstico de uma vez se conseguisse subornar Hooch -. Mas foi a primeira vez que uma criança o desafiou inocentemente, o desafiou de brincadeira, em toda a sua vida. E ele tinha acabado de balançar a cabeça enquanto observava Draco acelerar muitos metros acima de suas cabeças, e a próxima coisa que ele sabia era que estava no mesmo nível, observando o lembrol, que Draco explodiu em sua mão.

O loira platinado a jogou para longe no segundo seguinte, e trinta segundos depois, muita coisa aconteceu. Harry estava com o objeto na mão, ele estava perto da muralha do castelo, muitos metros acima do solo, Draco nem estava mais em sua vassoura. E então, ele ouviu:

- Sr. Potter, desça imediatamente!

Depois de descer trêmulo da vassoura, a professora McGonagall obrigou-o a segui-la ouvindo algumas risadinhas das crianças com quem dividia a aula, embora não identificasse ninguém. Quando eles entraram no castelo, com a Professora McGonagall quase correndo na frente dele, Harry apenas amaldiçoou e repreendeu a si mesmo. Harry realmente acreditava que Draco só queria brincar, e que não havia nada de errado por trás disso - estúpido, mas ele merecia, realmente, ele havia incomodado Draco desde a primeira noite com seu estudo tarde da noite -. Ele tentou acompanhar a professora, que aparentemente estava mais do que animada para cumprir a ameaça do professor Hooch de expulsá-lo. 
Idiota. Crianças normais não querem brincar com aberrações.

Ojos {Severitus}-TraduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora