~complicações~

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6° CAPÍTULO

E, como falado anteriormente, essa briga de machos alfas acabou tomando proporções enormes! Teve até inspetor envolvido! Achei lindo a forma como um homem comprova que é tão imbecil a ponto de partir para agressão física sem necessidade.
Possessividade dessa maneira não é saudável, cuidado Marina, apesar de excitante, ter dois homens loucos e determinados para conseguir o seu amor, parece perigoso.
Relacionamentos abusivos não são bons para ninguém...
Agora falando sobre um assunto mais sério, queria reforçar, assim como em um artigo anterior, sobre o respeito, o poder do respeito.
Sei que muitas palavras minhas podem ser consideradas ofensivas, mas nunca agrediria verbalmente uma pessoa (não propositalmente) só por ser diferente de mim, brincadeiras tem hora e momento, é desnecessário e mesquinho inferiorizar alguém pela sua cor, raça, religião, costumes e etc...
Respeito é bom e todos merecem! E querem! Vamos para com tamanha pouca vergonha, todos são iguais e merecem ser tratados como iguais.
E, se acalmem, a festa ainda não aconteceu, mais assim que ocorrer, conto tudo o que rolou, nos mínimos detalhes...
👑 Lady, ou nem tanto assim, Black.

°COMPLICAÇÕES°

~MARINA~

Depois do maldito surto do Edward, já estava esperando o Erick falar que não seria mas meu amigo, e isso deixou o meu coraçãozinho triste, eu estava tão feliz, apesar das complicações que eu tive, eu acreditava que as coisas iam melhorar.

Pioraram.

Não demorou muito e o inspetor já chegou gritando: "O QUÊ DIABOS ACONTECEU AQUI?" Ele parou de gritar, ainda bem, estava me assustando, parece que as pessoas levaram o dia para me assustar, não estou acostumada com gritos, e brigas, acho que eu sou pacífica demais.

Ou nem tanto se contarmos o tanto de confusão que eu já me meti.

Ainda estava abraçada com o Edward, eu o soltei, tamanho meu susto quando o inspetor apareceu gritando, e me encolhi, apesar dele ser o errado, Ed ainda rosnou para o inspetor, depois do choque que foram os acontecimentos, algumas lágrimas silenciosas saíram sem controle, queria forçá-las a entrar nos meus olhos de novo, mas já não tinha o que eu pudesse fazer.

Uma sequência de fatos se ocorreu, eu tenho a impressão que vi nos olhos do Mark, (o inspetor), quando ele olhou para mim, foi de raiva, choque, à reconhecimento e medo.

Ele veio até mim, e eu "tremi nas bases", nem quando eu estou praticamente me cagando de medo eu perco a piada, deplorável.

Ele tinha quase dois metros de altura, era negro, leia-se: um gigante mal encarado, e com a aparência feroz,e estava VINDO NA MINHA DIREÇÃO, eu já esperava a surra que ele ia me dá, fiquei estática, nem um centímetro meu se mecheu, e no entanto...

NADA aconteceu.

Ele me pegou nos braços e disse para duas pessoas pegarem o Erick e o levarem para a enfermaria, encostei minha cabeça em seu ombro e deixei mais lágrimas caírem, não tinha mais nada que eu pudesse fazer, a represa já estava aberta, nem nos dias em que me achei inútil se comparava a esse, hoje definitivamente não era o meu melhor dia.

Acho que entrava no ranking dos "Dez piores dias da vida de Nina."

Mark me levou para o meu quarto, o próprio me deitou na minha cama e tirou os meus sapatos, agora eu vou lhe chamar de "meu grandão" , quando ele já ia se retirar, puxei o seu braço, eu passei por cima da minha timidez, e acabei dando um abraço e um beijo na sua bochecha Barbuda e sem a minha permissão, acabou saindo dos meus lábios um : "Obrigada, muito obrigada, meu grandão" e adormeci.

Não tenho certeza, mas jurava ter ouvido uma risadinha dele seguido da frase: "Ela é mesmo um anjo", não posso afirmar, já que a tempos estava no mundo dos sonhos.

° BÔNUS.°

~MARK~

Preconceito, não é de hoje, nem de ontem, mas sim de muito tempo, são muitas pessoas que não se encaixam no padrão imposto pela sociedade , são as mesmas que sabem o poder que a palavra "igualdade" pode ter.

Eu vim da favela, muitas pessoas do tempo moderno tem o pensamento antigo e preconceituoso, elas afirmam que na favela só tem: "Bandidos, marginais e tudo que não presta". Cresci ouvindo gente rica nos inferiorizando, nos tratando como merda, um lixo humano.

Eu não tive muitas oportunidades na vida, só era eu, minha mãe, e os meus irmãos, meu pai nos abandonou por uma loira rica, parece até coisa de novela mexicana, um verdadeiro clichê.

Só não se encaixamos nesse padrão, por quê ele se foi, deixando três filhos chorando, pedindo comida. Minha mãe é uma mulher batalhadora e guerreira que enfrentou todo o tipo de humilhações para colocar comida na mesa, e acima de tudo, teve que aguentar um garoto de doze anos com um ódio mortal pelo pai, e um desejo de vingança indomável.
No entanto você esperaria eu lhe contar que tudo era "coisa da minha cabeça", que eu nem vi o tanto que minha mãe chegava exausta, deixava de comer, para dar o melhor pra gente, não ouse, nem se ATREVA a me dizer, que tudo isso, foi:

"COISA DA MINHA CABEÇA."

Posso ser negro, e não ser tão estudado, mas não sou imbecil. Eu via como as pessoas me olhavam, como olhavam a minha mãe, Eu via os olhares de desprezo direcionados para a minha família.

Meu pai nos abandonou, minha irmã virou uma vadia viciada em craque, morreu aos vinte anos. Meu outro irmão disse que seu sonho era ser policial, não aguentou muito tempo, os negros não são como os "brancos, sangue azul e o caralho à quatro".
Acabou morrendo em uma missão, tradução: ele morreu numa emboscada, o policial que já havia o ameaçado, o matou, nada vai tirar isso da minha cabeça, pois sei que essa é a verdade. E o que resta?

Ah, claro. A minha mãe, ela entrou em depressão, e morreu logo em seguida, eu fiquei, eu sofri pela perda deles, eu me submeti a coisas que eu tenho até nojo de contar.

Me enoja ver como a humanidade que se diz tão "compreensiva", que diz ter tanta "empatia", não me deram sequer um prato de comida, eu sofri por longos anos, até que o Tristan apareceu na minha vida e mudou tudo.

Se eu acreditasse em Deus, ele seria o meu Deus, e ele é.

Me tirou da favela, me deu uma família, a liberdade de escolher se eu queria entrar na máfia, ou simplesmente, ter uma profissional e um trabalho "honesto". Se eu queria? Era meu sonho, simplesmente isso, meu sonho. Ser alguém, orgulhar a minha mãe, não vê-la sofrendo, morrendo de tanto trabalhar.

Eu morei tempo demais no Brasil, vir para os EUA foi a minha melhor decisão, conhecer Nina Ivanov foi a melhor coisa que me aconteceu, ela é um anjo, e é minha obrigação protegê-la, ela é inocente e não merece ser manchada pela impureza do mundo.

Mesmo não convivendo tão diretamente com ela, ao longo dos anos, aprendi a amar aquela menina, assim como todos da máfia. Ela era, e é muito especial, desde pequena fazia de tudo pela felicidade dos outros, não fui o único que ficou encantado com ela, ter esse "poder" sobre as pessoas é bem a cara de Nina.

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Tema relevante, e um tanto pesado.

Espero que tenham gostadoooo.

Curtem e comentem.💖

Anjo em minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora