Anjo em minha vida

~Me reconstruindo~

11° capítulo

Um dia desses, falei sobre o relacionamento tóxico, submissão das mulheres na relação, e afins.
O que eu não esperava, era uma reviravolta dessas, de uma hora para outra, não existe mais a Nina fru fru, cheia de frescura . com
Existe uma mulher perdida, sem motivação para continuar, quebrada demais pelas consequências das escolhas que fez.
Dói tanto quando consideramos alguém como um irmão, um amor, e quando você precisa, ele vira as costas?
Mesmo você gritando socorro, ele simplesmente, te ignora e segue com a vida dele.
Como se você não passasse de um negócio insignificante e sem valor?
Esse capítulo é sobre ser uma fênix, se reconstruir das cinzas, sem medo dos julgamentos, com uma nova personalidade e personagens.
Espero, como a autora vadia que sou, que sintam o sofrimento, e aprendam com ele.
Não se pode voltar no tempo, mas, se ainda tem oportunidade, valorize quem te apoia, ame com todo o seu coração as pessoas que seguram a sua mão. E, tenham algo em quem acreditar.
🌹Lady, ou nem tanto assim, Black.

°ME RECONSTRUINDO°

-ALGUMAS SEMANAS DEPOIS-

~MARINA~

Uma das etapas mais difíceis de uma pessoa, é se reconstruir. Não consigo mais vê as coisas da maneira que eu via.

Antes era tudo um mar de rosas, eu tinha um -quase- namorado "perfeito", um pai que me adorava, novos amigos e uma faculdade incrível.

Hoje eu não consigo nem me levantar da cama sozinha. Me encontro no estado mais deplorável que já pensei que ficaria, sinto que perdi tudo, não tenho mais motivos para viver.

Quando estava para cometer uma loucura, como pular da janela, uma nova empregada entra no meu quarto.

- Senhorita! Muito cuidado! Acabou de sair do hospital, não pode fazer extravagâncias.- fala, parece ofegante e preocupada.

- Não tenho mais motivos para viver.- Falo, e encaro o céu.

- Mas é claro que tem! Você é tão nova, tão cheia de vida. Oras, vou lhe contar uma história.

- História?

- Sim, sim. Sobre uma garota que tinha tudo, e nem fazia ideia.

- E como tudo aconteceu?- pergunto, intrigada. Algo nessa senhora me inspira confiança.

- A vida dessa menina...

- Podemos chamar de Kaylanne?

- Claro! Continuando... A vida de Kaylanne era incrível, tinha amigos fiéis, um namorado que fazia tudo por ela, sem problemas familiares...

- Oras, e como isso se parece comigo? - Questiono.

- Bem, se você parasse de me atrapalhar, saberia! - Me repreende, com carinho.

- Me desculpe. - Coro, envergonhada.

- Como eu estava dizendo, Kaylanne, tinha tudo o que queria, mas no momento que perdeu tudo... Ela ficou devastada, não via mais motivos para viver. E quando estava com uma faca, querendo cortar os seus pulsos... Ela viu a mãe dela, aquela que tinha morrido há uns três meses. Me lembro das seguintes falas da mãe:
"Querida, não cometa o mesmo erro que eu, não criei uma covarde, eu aguentei tudo por você, para ser uma moça corajosa e persistente, se as pessoas que você chamava de "amigos" sumiram quando você mais precisava, então, eles nunca foram seus amigos de verdade, saiba muito bem escolher suas amizades, saber em quem confiar, pois é exatamente isso que me faltou, eu me entreguei demais para as pessoas erradas, e aquelas que estavam comigo em todos os momentos, eu simplesmente, esqueci que elas existem. Pare de ser medrosa e se esconder atrás de seus medos. Você pode tudo, eu confiei em você. Eu acredito em você."
Então, essa moça não cometeu a maior besteira da vida dela.- Finaliza, com os olhos lacrimejando.

Os meus já se transformaram numa cachoeira há tempos.

A abraço apertado, essa história fez com que eu refletisse sobre coisas que eu nem fazia ideia. Me sinto tão envergonhada pelo meu surto. Enquanto uns perderam tudo que tinham, e estão lutando para conseguir viver, eu reclamo por quê as coisas começaram a dá errado.

Seria hipócrita se falasse que algum dia me importei com os problemas das pessoas, sempre foi sobre mim e para mim. Já passou da hora de eu crescer, amadurecer, e lutar com todas as minhas forças pelos meus objetivos.

Chega de dramas, chega de amores não correspondidos, estou beirando a exaustão.
Preciso de um motivo para continuar, algo em que acreditar. Saio do quarto, vou em direção a cozinha, e é quando eu ouço a tiazinha falando:

"Há verdade, é que muitos não crêem mais em algo, eu por exemplo, escolhi acreditar em Deus, na bíblia e tenho isso como minha base, se todos tivessem isso, o mundo seria mais feliz, não é sobre crer em Deus, mas sim, ter um objetivo, ter alguém em quem acreditar."

Dizem que ouvir a conversa dos outros é errado, e é mesmo, mas depois do que ouvi, não tenho mais dúvidas, preciso ter Deus de volta na minha vida, não que eu vá virar uma freira ou nada do tipo, eu só preciso crer nele, pois quando estamos à deriva, vimos que as pessoas não fazem o que Deus faz.

Eu resolvi acreditar nele, sei que vai ser uma caminhada árdua, comecei a ler a Bíblia, e nenhuma pessoa de lá teve uma vida fácil, Jó, por exemplo, perdeu tudo.

Da mesma forma que eu estou perdendo, mas diferente dele, eu não tinha ideia do poder e magnetismo de Deus, eu me sinto tão bem agora.

Minha vida está fluindo aos poucos, não vou dizer que de uma hora para outra não sinto mais o vazio, a vontade de desistir é constante, mas na leitura da Bíblia e de outros livros, me perco e me sinto boa de novo.

Como em um ciclo, vou me renovando.
Algumas vezes, a saudade que sinto de Edward é tanta que perco o ar.

Quando se conhece o amor verdadeiro, amores rasos não são mais o bastante. Mas de nada adiantaria viver da forma que estávamos fazendo.

Eu não posso me submeter há viver de migalhas, mereço mais, mereço o mundo.
Várias sessões de fisioterapia, terapia, idas e vindas do hospital, choros, livros, conversas com Deus, e muita música, depois, tenho condições de retornar a faculdade, mas a questão é, isso se faz mesmo necessário?
Oras, não cheguei até aqui para me acovardar agora.

Enfrentarei os meus medos, e uma nova Nina vem por aí ...

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Quem quiser pagar a terapia dá autora, eu tô aceitando viu?

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