Amor Sem Barreiras

cap 03

Meu coração acelera, o cardápio de bebidas cai da minha mão sem consentimento, fecho os olhos por um segundo e suspiro, silêncio, só ouço o silêncio, o som das nossas respirações e a batida descompensada do meu coração, era como se o mundo tivesse parado e só restasse nos dois ali, naquele momento. Tomo coragem e me viro pra ele, devagar, precisava me lembrar de respirar, virei totalmente e olhei dentro de seus olhos, ele sorria e seu sorriso aqueceu meu coração, se ele sorria quer dizer que não estava com raiva de mim certo?!.

- Olá - digo à ele ainda sem saber como reagir, mas também sorria, o sorriso mais sincero dos meus últimos 5 meses.

Nos olhamos olho a olho, sem piscar, sem desviar, não sei por quantos segundos ou minutos ficamos naquela troca de olhares, meus Deus, quanta falta eu sentia, ele toma uma atitude, beija minha bochecha e me puxa pra um abraço apertado, retribuo, suspiro, sinto meus olhos molhados e sem pensar ouço as palavras saindo da minha boca sem consentimento.

- Que saudades eu estava de você Pá - comento com uma voz chorosa.

Ele me solta, mas ainda segura meus ombros e olha profundamente dentro dos olhos.

- Estava mesmo Jade? Foram 5 meses de vocês cortando qualquer mínimo contato comigo, você realmente estava com saudades? - seu tom era um misto de mágoa com raiva.

Mantenho nossos olhares juntos, queria que ele lesse por eles o quanto me afastar me fez mais mal do que bem e que eu era uma idiota.

- Eu não quis te magoar Paulo, me perdoa, eu precisava desse tempo, pra me entender, pra me aceitar. Por favor, me perdoa se eu te magoei, não foi minha intenção - minha voz saiu falhada e com um tom de desespero.

Sinto ele relaxar, com a minha fala e vejo que fiz o certo de ter sido sincera.

- Tudo bem Deja.

- Nós podemos conversar, quer? Preciso ser sincera com você e você comigo, estou disposta a me explicar e te fazer entender tudo.

- Podemos conversar, mas não agora, acho que não é o momento, vamos aproveitar e deixar fluir, não é esse o nosso lema? É o casamento do Scooby, não quero estragar ele por nada.

Concordo com a cabeça e suspiro, não seria fácil, eu sabia que não seria, mas constatar com fatos é a pior realidade, sabia que tinha o magoado e agora precisava arcar as consequências dos meus atos desesperados.

Ele me abraça mais uma vez, retribuo, depois sinto o beijo na minha testa e fecho olhos, quando abro ele está se encaminhando para longe de mim e é aí que eu percebo que todos a nossa volta estavam prestando atenção na nossa mini conversa.

Minhas bochechas ficam vermelhas de vergonha, me viro outra vez para o balcão e peço uma garrafinha de água, me abaixo e pego o cardápio do chão, o devolvo para o barman enquanto ele me estende a garrafinha.

- Precisa de um copo com gelo? - Nego com a cabeça - Tudo bem, coloque sua pulseira aqui por favor.

Estendo meu braço e faço o que foi pedido, ouço o barulho de bip da pulseira, agradeço e me viro para sair, olho ao redor, ainda percebo uns olhares discretos de alguns, não queria que aquilo virasse pauta de conversa e eu sabia que seria se fosse pra qualquer um dois grupos ali, então decido seguir um caminho que se seguia atrás da piscina e me surpreendi quando cheguei a um mini jardim, sentei no banquinho que tinha no meio e fiquei olhando o canteiro de flores a minha frente.

Alguns minutos depois ouço passos chegando até a mim e levanto meu olhar, não me surpreendo em vê o Scooby na minha frente, lhe dou um mini sorriso e volto a olhar para as flores. Ele se aproxima e senta ao meu lado, me abraça pelos ombros, aproveito e deito minha cabeça no seu ombro.