PRÓLOGO

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O Eterno estava cansado da eternidade.

Ele observava o horizonte alaranjado perdendo a força do entardecer melancólico enquanto as estrelas remotas começavam a ganhar espaço no céu. Aquele era o seu horário favorito, onde a imensidão do horizonte o fazia se sentir pequeno. Ele sabia que estava prestes a tomar decisões muito erradas, mas elas pareciam mais atrativas. Apesar dos protestos da amiga, o Eterno resolveu ignorar todas as consequências de suas ações. 

Por mais que tentasse negar, estava apaixonado. Proibido ou não, ele não se agarraria aquele clichê. Os Eternos se aventuravam o tempo inteiro entre os humanos, e sua história não era diferente. Ele não conseguia tirar aqueles olhos castanhos da cabeça, cada vez que os fechava era como se pudesse vê-la outra vez. 

Se pensasse demais poderia até desistir, mas seu coração dizia que aquilo era o certo. Ele sacou a argola brilhante do bolso e a girou até o limite, para onde ele ainda não havia nascido. Um brilho forte o engoliu, e as únicas testemunhas foram as estrelas ofuscantes que ganhavam espaço no céu. 

Naquele instante, duas dimensões se fundiram, e passado, presente e futuro coexistiram em linearidade. Alguns acreditavam que era impossível quebrar a Eternidade, mas o Eterno queria provar o contrário. Ele acreditava que o amor o libertaria daquela prisão.

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