O plano.

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A jaqueta preta com correntes balançava de acordo com os passos lentos e pesados do moreno. Ele lia um panfleto qualquer que havia achado pelas ruas de Musutafu, estava indo em direção a um beco mais afastado, e, quando seu destino estava próximo, largou o papel no chão, começando a prestar atenção no caminho.

Ao chegar, avistou um homem loiro, com olhos castanhos e brilhantes, tinha um chapéu marrom na cabeça e trajava uma calça preta, uma camisa social branca com todos os botões fechados, uma gravata apertada e um blazer preto grande. Nos pés, um sapato social igualmente preto e rodava uma latinha de cerveja nas mãos finas.

— Tome, comprei pra você. Sabe que eu não bebo. — Sua voz saiu em um timbre rouco, ele lançava um sorriso atrevido ao outro adulto.

— Obrigado…

—… Silk.

— Sim, Silk, sabe que eu sou péssimo com nomes. — Ele pegou a latinha, abrindo e colocando na boca, os lábios doeram pelos machucados e pela temperatura da bebida alcoólica.

— Você sempre foi. — Ele disse, tentando parecer sério, mas rindo em um volume baixo logo depois. — Mas sabe o motivo de estarmos aqui, não se embebede muito.

— Não vou, você sabe muito bem disso. Você pegou os dados do hospital?

— Sim, ele estará fechado em um período de meia-noite até cinco horas da manhã. Cinco saídas de emergência e todas as salas têm um ar-condicionado, caso seja relevante para você.

— Algum defeito na construção?

— Portas desgastadas e o elevador principal da ala central está quebrado. Ele não desce, apenas sobe, então dificulta as pessoas do segundo andar para cima fugirem pelo elevador principal, apenas pelas escadas e pelo elevador das Alas 5 e 7.

— Ótimo. — O homem de cabelos pretos e espetados concluiu.



































































— Eles estão demorando muito! — O loiro disse, bufando e se jogando na cama individual do esconderijo apertado. Não estão, pensou, logo afastando a voz que lhe contrariava em sua mente.

O jovem de cabelos azulados e brancos coçava seu pescoço, em um claro sinal de desconforto, mas não sentia nada, exceto uma sensação fofa, que a luva preta lhe proporcionava.

O garçom, coberto por uma fumaça escura e roxa, arrumava as garrafas de bebidas alcoólicas nas estantes e ouvia com atenção cada barulho ali presente, também estava ansioso pela volta dos dois participantes daquele grupo.

Logo, a pequena porta foi aberta, revelando o adulto levemente bêbado e uma figura feminina com coques desajeitados e vestimentas grandes.

— Eu vou me arrumar! — Ela disse, correndo até uma outra porta, a batendo com tudo, fazendo a atenção ser voltada para o moreno com um suave cheiro de álcool.

— Você está péssimo. — Comentou Kurogiri, deixando seu balcão para ajudar o outro a ir para outra porta, que levava a um banheiro pequeno, que era usado por Dabi, cada um tinha seu próprio, já que não iriam misturar tinta de cabelo preto com cápsulas de sangue. O moreno conseguiu se higienizar sozinho, o que foi uma certa surpresa, já que julgavam que cuidar do mesmo ao ficar bêbado seria difícil.

Após belos banhos, a loira voltou com seus cabelos soltos e úmidos, vestindo seu uniforme já lavado: Um seifuku simples com um colarinho Kansai, tanto a saia quanto a camisa azul escuro com um enfeite branco duplo, que é combinado com um lenço vermelho que ela amarra frouxamente por baixo. Por cima dele, ela usa um cardigã bege de grandes dimensões com bainha e punhos bastante longos, e bolsos de cada lado. Ela usa meias pretas na altura do joelho e sapatos marrons com saltos grossos, os mesmos que os alunos usam uniformes ao ar livre tradicionalmente nas escolas japonesas.

Adereços como sua máscara preta, as caixas de facas amarradas nas coxas e um cinto azul em volta da cintura com mais caixinhas verdes presas em ambos os lados continuam no depósito de trajes dos vilões. A tal máscara preta solta que ela usa ao redor do pescoço, citada anteriormente, é decorada com peças de metal pálido no formato de um sorriso carnívoro. Porém, ela ainda veste outras coisas de seu traje de vilã, como três grandes vasilhas de prata que estão presas às laterais de sua máscara, com agulhas saindo de suas pontas e os fios em suas bases se conectam aos dois cilindros maiores amarrados na parte de trás de seu cinto.

Dabi, em seu traje vilanesco, usa uma camisa de gola cinza clara, abaixo da mesma, há um cinto cinza com um padrão circular que envolve sua cintura. Também veste um casaco preto maior com dois grandes punhos de metal no final de cada manga de cotovelo, e um desenho de ponto branco em cada um de seus ombros, a bainha rasgada, estendendo-se até os joelhos. Usa calças maiores de cor mais escura, que se assemelha a um preto, e, em seus pés, calça botas pretas.

— Consegui arrumar um dia e horário bom para a invasão! — Himiko fala, animada. — Os alunos da U.A. têm recursos para nos parar agora, temos que tomar cuidado e analisar o cronograma da semana da turma do Izuku-kun. Bem, o dia em que, normalmente, eles não estão em patrulha e têm treinos após as 15:00, que é quando acabam as aulas, é em uma quarta-feira, então seria ótimo invadir o hospital no dia, não teríamos que lidar com mais ninguém além dos heróis profissionais, polícia e o povo do hospital!

— É um bom plano. — Spinner, que estava limpando suas espadas, opina sobre o comentário da loira.

— É um ótimo plano! — Ela exclamou, empolgada. — A gente pode ir por uma das saídas de incêndio, já que, inicialmente, ninguém vai notar, tem um elevador até o primeiro andar, aí a gente desce e vai tacando o terror em todas as Alas.

— Vemos isso até quarta-feira. — Tomura disse, arrastando ainda mais sua voz. — Temos que descansar, Silk. — Ele ditou o codinome em um tom sarcástico, fazendo a adolescente criar uma expressão incrédula.

(Não) Me Deixe.Onde histórias criam vida. Descubra agora