Treze: A entrega da Luz-mortem de Taemi

1.8K 324 14
                                    

Uma semana depois de chegar a Zhadir, Jimin se sentou em um dos bancos nos jardins do palácio. Com os olhos fechados e o rosto virado para o sol, ele se embebedou com a luz da manhã espalhada pelo jardim do palácio.

Raios solares atravessavam os espaços deixados em aberto pelas trepadeiras nas treliças e transformava os vários tanques de peixes que pontilhavam a paisagem em piscinas de vidro reflexivo.

Exceto pelo guarda encapuzado a uma distância discreta, ele estava sozinho no jardim. Os habitantes do palácio ainda dormiam, incluindo seu marido, que lhe desejou um sono tranquilo e o deixou para encontrar sua cama.

Jimin pensou que cairia no esquecimento assim que puxasse as cobertas sobre os ombros. Estava errado. Ele ficou acordado no escuro, ouvindo o sono agitado de Hoseok e os roncos suaves de Seokjin. Eles dormiam em um colchão no chão ao pé de sua cama. Como seus servos pessoais, os dois homens
passavam muito tempo com ele, o ajudando a se vestir de noite, despir-se de manhã e as trocas para os vários encontros com os monarcas, o herdeiro legítimo ou os nobres com um status maior a cada noite. Além de Jungkook e
Lalisa, eles eram a maior fonte de informações de Jimin sobre a corte Zhadir e seus muitos costumes.

Agradecia a eles e pela adaptação rápida a sua aparência – algo que ainda
provocava muitos olhares e sussurros não muito sutis a cada vez que ele fazia uma aparição em uma das funções sociais sem fim que participava com Jungkook
desde a sua chegada a Capital.

Jimin entendeu bem o ritmo e loucura da vida na corte em geral. Nenhuma função era realizada simplesmente para conversar ou o prazer da
companhia alheia. Não importava se era Zhadir ou Merl, a nobreza usava tais reuniões para planejar, criar estratégias, negociar e bajular. Algumas vezes havia ameaças, outras havia subornos, todos em termo corteses. Hostilidade era guardada para os reais nos campos de batalhas, onde a guerra era mais sangrenta,
porém mais honesta.

Ele fingia não ver os tapinhas simpáticos nas costas e o aperto nos ombros que os homens Zhadir davam em Jungkook ou ouvir as ofertas feitas em voz baixa para ter uma amante Zhadir por uma noite. Sentir-se ofendido não fazia sentido para ele. Em Nairl, ele era considerado uma beleza – bonito demais para os gostos de um repulsivo, de pele vermelha, príncipe Zhadir. Os Merl e os Zhadir eram dois povos com muito mais semelhanças do que diferenças, mas as diferenças se destacavam muito mais e cada um encontrava o outro difícil para os olhos, quer
eles estivessem brilhando ou não.

Enquanto os homens Zhadir eram civis e reservados com ele, as mulheres ficavam longe. Algumas foram amigáveis e curiosas, faziam perguntas a Jimin sobre sua vida em Nairl e o que ele achava do palácio Zhadir e sua corte. A maioria era tão reservada quanto os homens, oferendo educadas felicitações por seu casamento e nada mais. As últimas praticamente vibravam ressentimento e ciúmes, Jimin imaginava que estas mulheres foram amantes de Jungkook em algum momento.

Seu casamento era muito recente e estranho para ele sofrer as dores de ciúme, mas estava levemente curioso. O que nessas mulheres em particular atraiu Jungkook? Teria sido simplesmente sua beleza ou algo mais evasivo e sútil como seu caráter? Seu marido era um homem de boa índole com um humor fácil.

Jimin não poderia explicar o motivo de se sentir tão atraído por ele desde seu primeiro encontro. Um sentido intuitivo de alma vibrante e grande coração que estava por trás do exterior feio? Ele não sabia, mas estava grato por seu afeto recíproco. Embora fosse metade humano e ainda incapaz de apreciar a beleza física dos Zhadir, entendia o porquê uma mulher Zhadir a quem ele favoreceu um dia, poderia estar com ciúmes dele por mais do que sua classe elevada como o esposo de Jungkook.

Jimin se repreendeu repetidamente por opor-se a rainha. Até agora, Ameerah não fez nada além de insultá-lo, mas Jimin confiava nas advertências de Jungkook a respeito de sua mãe e mantinha-se cauteloso. Diante dessas mulheres Zhadir, que provavelmente consideravam umas às outras rivais até sua aparição na corte, o deixava por publicamente enfrentar a formidável Ameerah. Elas podiam olhar fixamente e fazer cara feia para ele, mas hesitavam em começar uma troca verbal hostil com ele.

O destino de um Ômega [Eternos]Onde histórias criam vida. Descubra agora