Epílogo: Sempre irei ama-lo

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Jungkook era um homem que escolhia ver o bem em qualquer situação. Ele ainda tinha descobrir sobre a perda de seu olho, mas descobriu sobre a perda de suas garras. Enquanto a lembrança de sua tortura permanecia obscura, seus dedos ainda pulsavam, às vezes, como se a lembrança de uma dor terrível tivesse se incrustado em sua carne. As pontas dos dedos se curaram ao longo dos meses, as garras crescendo lentamente em toda a pele exposta. Elas ainda estavam a curtas – e cresciam bem devagar – mas ficavam longas e endureciam a cada dia. Ele teria um conjunto completo de foices em ambas as mãos dentro de um ano.

Por enquanto, porém, ele se aproveitava de sua desvantagem desenhando murais invisíveis nas costas nua e nádegas de seu ômega com as pontas dos dedos sensíveis.

Ele estava deitado de bruços – na cama deles agora – a cabeça apoiada nos braços dobrados, com o rosto parcialmente protegido contra o seu olhar por mechas de cabelo vermelho. Ele estava deitado ao lado do ômega, fazendo desenhos ao longo da graciosa espinha dele, até o par de covinhas que decoravam sua parte inferior. Roçando sua pele com seu toque, o músculo se contraindo involuntariamente enquanto seus dedos deslizavam sobre seu corpo.

Era um prazer sensual tocá-lo desta forma, uma coisa boa que surgiu inesperadamente de brutalidade. Ele não estava em perigo de ser arranhado ou dilacerado e Jungkook descobriu que os dedos com unhas curtas poderiam fazer coisas que aqueles com garras não podiam. Coisas que fizeram Jimin se contorcer em seus braços e deixar marcas de unhas em seus ombros. Se ele não dependesse da proteção que suas garras lhes davam, Jungkook iria mantê-las curtas apenas por isso.

Jimin afastou os cabelos para olhar para ele.

— O que? — Ele perguntou. Parou de buscar repulsa em seu olhar semanas atrás. Não havia nada para ser encontrado. Exceto os beijos simpáticos que ele colocava em sua sobrancelha e pálpebra sem o olho, ele permanecia imperturbável pelo seu rosto mutilado.

Ele o observava agora com uma expressão suavizada por languidez depois do sexo. — Eu acho que me apaixonei por você durante o nosso casamento.

Seu comunicado enviou uma onda de euforia através de Jungkook que o deixou tonto. Sua mão parou em suas costas antes de deslizar acima entre suas omoplatas para enterrar-se em seu cabelo. Cada ação sua, cada risada, cada carícia falava de sua grande afeição por ele, mas esta era a primeira vez que ele dizia que o amava. Uma educação na corte Zhadir lhe ensinou a controlar suas emoções. Uma coisa boa ou ele iria agarrar seu esposo em um abraço de urso e acidentalmente quebrar todos os ossos do seu corpo.

Ele se ajeitou para colocar um braço sob seu lado e arrastá-lo mais perto dele. — Demorou tanto tempo?— Ele brincou. — Você é difícil de conquistar e eu tentei muito durante nosso primeiro encontro nos jardins.

Jimin gaguejou. Sua perna deslizou entre os joelhos, subindo mais alto para descansar contra sua coxa. — Chamar-me de bruxo não é o melhor jeito de conquistar.

— Pelo que me lembro, você ameaçou bater meu crânio por causa da minha aparência. E isso foi quando eu era magnífico de se ver. — Ele balançou as sobrancelhas para o ômega.

Seu sorriso desapareceu quando o ômega não o devolveu. Ele traçou a crista óssea de sua maçã do rosto, fissurado por cicatrizes infligidas por uma faca. —
Eles tiraram seu olho, Jungkook. — Disse ele. — Não o seu caráter. Você ainda é magnífico.

Seu controle não ia tão longe. Jungkook gemeu e rolou para suas costas, levando Jimin com ele. Uma hora mais tarde, ele se afastou do abraço de seu esposo e chutou os cobertores para longe de ambos.

Jimin agarrou o lençol mais próximo. — O que você está fazendo?— Sua pele brilhava corada. Jungkook enrolou suas mãos sem garras em punhos para evitar acaricia-lo e perder mais uma hora.

O destino de um Ômega [Eternos]Onde histórias criam vida. Descubra agora