Onze: A torta maldita

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Ignorando a aparência física, Jimin achou os cortesãos de Zhadir muito parecidos aos de Merl, todos ambiciosos, fofoqueiros e com uma grande habilidade para sobreviver às intrigas selvagens da vida na corte.

Soube no momento em que as portas da sala do trono se abriram e ele e Jungkook cruzaram o umbral, que passavam por um corredor cheio de cães curiosos e ávidos por sangue novo. A couraça blindada de Lalisa não oferecia a Jimin nenhuma proteção neste campo de batalha.

A familiaridade com a etiqueta da corte e a estratégia ofereceu certa comodidade quando se ajoelhou no degrau mais baixo ante os pais de seu novo marido. O Rei Aron era um homem saído de seus pesadelos, um imortal que
teve seus ossos corroídos completamente. O corpo de Jungkook contra suas costas foi a única coisa que o impediu de sair correndo da sala do trono quando o rei mostrou seu sorriso negro cheio de presas afiadas.

Sua fluidez no idioma Zhadir era boa, tanto que compreendia uma parte de suas observações com respeito a feiura dos ômegas humanos. Seus insultos fizeram um bom trabalho para acabar com seu medo e substituí-lo por indignação. Esta indignação borbulhava em uma raiva fervente quando Ameerah
se dirigiu a ele no idioma universal.

A rainha ficou olhando fixamente com os olhos brilhando vermelhos nos cantos e uma boca que se curvava em uma careta. Ela estava sentada no trono, magra e vestida com um vestido ricamente bordado que caía em cascata sobre a cadeira e se agrupava em seus pés. Seu cabelo era todo prata e estava decorado com jóias que piscavam sob a luz.

Em resposta aos comentários da rainha, Jimin ficou tentado a perguntar se Ameerah ficaria mais cômoda se estivesse enrolada ao redor do trono em lugar de sobre ele. Os ofegos de horror dos nobres e a mão de Jungkook em suas costas enquanto desafiava o desprezo de Ameerah, alertou Jimin que já antagonizada sua mãe malévola ao ponto de perigo e não precisava de mais insultos para inflamar o confronto.

Apenas depois que escaparam da sala do trono, sua coragem,
impulsionada pela ira, o abandonou. Jimin caiu nos braços de Jungkook, assustado com sua imprudência.

Ele manteve-se perto, seu elogio por sua valentia era a única coisa que o mantinha de pé, enquanto o levava até um lance de escada e dois corredores com uma porta decorada com gongos fantasiosos. Ele abriu a porta, revelando uma câmara espaçosa, ricamente decorada com uma grande cama, guarda-roupa, caixas e uma mesa com cadeiras perto de uma lareira, onde um fogo baixo crepitava.

Jungkook o levou a uma das cadeiras. Jimin caiu nela com agradecimento. Ele era parte desta família agora. Como o restante, teria que dormir com um olho aberto, sempre temendo Ameerah.

— Quer uma taça de vinho? — Jungkook pegou uma taça em uma mão e uma jarra em outra.

— Tomarei duas. — Respondeu ele e lhe ofereceu um sorriso fraco. Pegou a taça dele com as mãos trêmulas e procurou as palavras adequadas para não falar muito mal de Ameerah. Ela era a mãe de Jungkook depois de tudo. — Sua mãe é…

— Uma criatura sem alma, com uma sede de assassinato e uma inteligência maior que qualquer outro no reino. — Jungkook serviu vinho para si mesmo em outra taça. — É ela uma mulher sem igual tanto em malicia como estratégia. Meu pai seria uma decoração por décadas sem ela ao seu lado.

Jimin piscou. Seu marido continuava confundindo-o com sua aceitação sobre os poucos traços admiráveis de seus pais, assim como sua própria natureza boa. Apenas podia supor que como os outros filhos da maioria das casas reais, foi criado por uma tropa de babás, tutores, mentores e ao menos alguns
possuíam um caráter compassivo.

Ele queria lhe perguntar mais, mas falar sobre o rei e a rainha de Zhadir fazia seu estômago azedar com o vinho.

Em seu lugar, se concentrou ao seu redor. — Onde estamos?

O destino de um Ômega [Eternos]Onde histórias criam vida. Descubra agora