Catorze: Um presente da Rainha

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— Quão rápidos podemos ser para carregar suprimentos e montar tropas para a viagem de volta? — Jungkook olhou por cima ombro enquanto escovava seu cavalo favorito. Lalisa encostou-se à porta da baia, os braços envoltos casualmente sobre a barra superior. Ela se endireitou abruptamente com a
pergunta de Jungkook, a linha entre suas sobrancelhas desapareceu.

— O quão rápido você desejar. Cuidarei disso. — Ela esfregou as palmas das mãos. — Isso significa que já cansou de trotar a si mesmo e o hercegesé diante da corte real como carne de cavalo premiada?

Jungkook jogou a escova em um balde nas proximidades e bateu no ombro da égua. — Estava cansado deles antes mesmo de chegar aqui. Jimin tem sido mais paciente sobre a coisa toda que eu posso ser, mas ele está indo bem.

Lalisa abriu a porta da baia para deixa-lo sair e fechou-a atrás dele. — Ele se adapta facilmente.

— Um de seus muitos pontos fortes.

Ela o seguiu até o poço onde puxou a água em suas mãos para lavar. Os soldados moviam-se ao redor deles. Eles se curvavam ou saudavam quando passaram por Jungkook e sua tenente de confiança em seu caminho para os estábulos reais.

Lalisa entregou-lhe uma toalha da prateleira próxima. — Você disse a ele que Kalav é mais como uma fortaleza do que um palácio?

Jungkook fez sinal para ela o seguir quando fizeram o seu caminho de volta para os portões do palácio, privados apenas para uso da família real. — Ele sabe que fica perto da fronteira com Azalar. Não acho que tenha que explicar o porquê requer de uma guarnição por perto.

— Ele é nascido e criado em um palácio, Comandante. Kalav não tem o conforto de Zhadir e pelo que vi em seu casamento, ele definitivamente não tem as coisas finas de Nairl.

Ele encolheu os ombros e caminhou até os portões, reconhecendo os guardas que se curvavam com um aceno rápido.

— Como você disse, ele se
adapta fácil.

Era verdade que Jimin tinha um talento especial em se ajustar rapidamente não só a novos ambientes, mas as circunstâncias e situações também. Ele nunca disse uma palavra, reclamou sobre dormir no chão, em uma tenda ou por passar horas a cavalo quando eles viajaram de Nairl para Zhadir. Ele mudou seus hábitos de sono para coincidir com os dos Zhadir e comeu algo que até mesmo alguns Zhadir achavam desafiador. Ele tinha toda fé que ele aceitaria mais uma mudança de cenário com a mesma serenidade que o ômega mostrou até agora.

Ainda assim, queria que Jimin gostasse de Kalav e não simplesmente se ajustasse. A propriedade era sua desde que o rei lhe deu mais de uma década antes na promessa Jungkook manter-se no papel de defensor das fronteiras Zhadir contra um cada vez mais hostil Azalar. Uma viagem de cinco noites de Zhadir, Kalav era seu refúgio da intriga da corte e a presença malévola da rainha.

Ameerah expressou sua desaprovação pela mudança para Kalav, dizendo que a antiga propriedade era uma imunda estrumeira não apta para mendigos e declarou que nunca teria a graça de dar sua presença, enquanto ele residisse ali. Foi apenas uma das três vezes que Jungkook conseguia se lembrar em sua vida onde se sentiu tentado a abraçar sua mãe.

Ele e Lalisa discutiam seus planos para mover suprimentos e tropas adicionais para Kalav quando passaram pelo labirinto de corredores do palácio. Chegaram ao andar, onde o quarto dele e de Jimin estavam localizados, quando um gritou cortou o ar e ricocheteou nas paredes de pedra. Outro se seguiu logo após. Jungkook sentiu o estômago se afundar quando reconheceu a voz de Jimin.

— O que em nomes dos deuses... — Lalisa disse antes que ambos corressem pelo corredor, as espadas para fora.

Jungkook deixou de lado um guarda que se juntou a perseguição frenética para chegar a seu esposo. Ele dobrou a esquina e parou abruptamente. Lalisa se dirigia a ele, suas maldições no ar. Ele a ignorou. Jimin estava no corredor, acenando freneticamente para seu empregado.

O destino de um Ômega [Eternos]Onde histórias criam vida. Descubra agora