Quinze: Durma aqui todos os dias, Jimin.

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Após dois meses de não ver um único rosto humano, exceto o seu no espelho, Jimin quase caiu de choque na escada ao ver um ser humano passando pelos corredores de Kalav.

De seu lugar nos degraus, ele viu quando um homem vestido de libré, com uma garrafa de água e um peixe, foi conduzido pela escada e corredor onde ele
desapareceu debaixo do arco talhado em curva.

Jimin voou escada abaixo, grato por ter escolhido o vestido Zhadir de túnica e calça, que permitiam um movimento rápido, sem o emaranhado de saias longas. Um servo o reconheceu quando ele seguiu o visitante e sua escolta.

O Zhadir fez uma reverência. — Sua Alteza, pediram para buscá-lo.

Jimin fez um gesto para que o seguisse enquanto ela andava a passos largos, mantendo sua presa à vista enquanto se dirigiam para o grande salão da mansão. — Quem é o nosso visitante?

— Um mensageiro de Dailus.

Ele fez uma pausa para olhar o servo. No momento que chegou com Jungkook a Kalav, Jimin se esforçou para expandir o seu conhecimento não somente de sua cultura, mas também de sua geografia.

A propriedade de Jungkook consistia em um palácio de verão que foi transformado em fortaleza e uma cidade para as tropas Zhadir e suas famílias. Kalav ficava em uma faixa das planícies que se limitava com o território Dezur e protegia uma população pequena de Zhadir que cultivavam mexilhões de água fresca em um lago próximo e produzia o altamente valorizado corante de amaranto tão cobiçado pelos Merl e Azalr.

Após a emboscada na estrada por mercenários Azalr, Jimin estremecia com a ideia de estar tão perto e vulnerável das fronteiras de Azalar. Jungkook foi rápido em tranquiliza-lo.

— Estamos seguros, esposo. Apesar da tentativa de Azalar de romper nossa aliança, existem facções amigáveis dentro de suas fronteiras. Namjoon da Casa Dangion é um deles. Suas terras fazem fronteiras com a minha e seu povo se beneficia ricamente de nós vendendo amaranto a eles por um preço baixo. Eles revendem por um preço alto para os aristocratas que residem na capital.

Jimin ainda não estava convencido de sua segurança. — O que os impede de apenas invadir e tomar o controle do lago?

Os olhos de Jungkook brilharam como faíscas de um pequeno incêndio na pouca luz solar. — Porque a perda de vidas e derramamento de sangue Dezur seria muito mais caro do que simplesmente comprar o corante de nós. Isto e nós envenenaríamos o lago se necessário. Admiro Namjoon. Ele era um Mestre da Cavalaria de Dezur antes que herdasse as terras de seu pai. Compreende as
estratégias dos campos de batalha quanto as negociações comercias. Ele não colocaria em risco suas propriedades, a menos que seja forçado a uma declaração de guerra de seu rei sobre a minha.

— Sua Alteza, os herceges a aguardam.

A observação do servo interrompeu as lembranças de Jimin da conversa e desta vez foi ele quem o seguiu ao grande salão onde Jungkook esperava com o mensageiro de Dailus.

Ele o encontrou de pé na enorme lareira, segurando um pergaminho desenrolado. As luzes das velas davam um brilho azul ao cabelo escuro dele e destacava sua pele vermelha. Ele olhou para cima do pergaminho e sorriu quando Jimin se aproximou. Jimin escondeu seu próprio sorriso ao ver o mensageiro arregalar os olhos quando Jungkook agarrou a mão dele e deu um beijo em seus
dedos.

— Estou feliz que esteja aqui, Jimin. — Disse ele. — Recebemos um convite do Senhor Namjoon para jantar com ele amanhã à noite em Dailus. Você gostaria de ir?

Qualquer outro homem e essa pergunta seria retórica. No jogo de diplomacia, o que este convite era, seus desejos não seriam considerados. O protocolo exigia sua presença. Porém Jungkook não era como qualquer homem que Jimin já conheceu — Merl ou Zhadir. Sua pergunta era sincera e ele aceitaria sua resposta, mesmo se ele declinasse ao convite.

O destino de um Ômega [Eternos]Onde histórias criam vida. Descubra agora