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Point of View — Ayla Morel

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Point of View — Ayla Morel

Acordo com uma forte dor de cabeça, meu corpo inteiro doendo (principalmente os pés), não podia acreditar que havia dançado tanto, bebido tanto, rido tanto, e agora eu estava com o corpo completamente dolorido dos pés a cabeça e tinha que trabalhar duro para limpar o salão de festas, mas foi, definitivamente, bom ter colocado meus desejos e prioridades em primeiro lugar. Foi a minha primeira vez num baile, e foi incrível, não me arrependo de ter aproveitado a noite para sofrer de dia. Sofri muito para conseguir chegar em casa sem que minha mãe me visse, mas consegui, e assim que guardei o vestido e deitei na cama, apaguei como nunca havia apagado.

E aqui estou eu, me vestindo para mais um dia de trabalho duro. O mais estranho disso era que agora não consigo ver Addamus como o filhinho de papai, mesquinho, pervertido e mimado que eu sempre vi, ele realmente era interessante, não só isso mas ele era engraçado, gentil, até mesmo fofo e atirado, mas isso eu sempre soube, só não sabia que ele era ao nível de falar que eu era sua futura esposa.

Quando cheguei ao palácio, fui direto para o quarto de Addamus silenciosamente, esperando ver seu corpo esparramado na cama, ou até mesmo no chão com alguma camponesa desacordado, mas ao contrário do que eu pensava, ele estava com suas vestes normais porém em pé, de costas para mim, ele tinha as mãos apoiadas na mesa de madeira escura, e a cabeça inclinada para a mesa, lendo algo. A sua frente, havia um grande espelho horizontal, o que me dava a visão da parte da frente de seu rosto. Ele tinha um pequeno sorriso ameaçando a crescer, e seus olhos brilhavam de entusiasmo. Pigarreei me aproximando dele em passos lentos, chamando sua atenção; ele se virou para mim, e me olhando de cima a baixo, seus olhos azuis escureceram, com um brilho agora malicioso.

-Me espionando Morel? — Addamus disse com a voz mais rouca do que o normal. Ele estava mais próximo de mim do que eu suporto sem perder a cabeça. Quando se convive com Addamus, é absolutamente impossível não sentir uma forte atração por ele. A árvore genealógica Blanc é repleta de grandes reis muito, muito atraentes e bonitos, e Addamus com certeza faz parte deles.

-Você sabe muito bem que não, estou aqui para limpar seu quarto, como faço todos os dias. — eu disse baixo, me contendo para não demonstrar que seus flertes descarados estavam finalmente fazendo (um pouco) efeito em mim. Porém, ele percebeu, e com um movimento brusco, ele me puxou pela cintura, com o sorriso malicioso crescendo cada vez mais.

-engraçado, nenhuma das outras camareiras faz isso de manhã, apenas você — ele disse, com a boca roçando em minha orelha, ele pressionou meu corpo no seu, me fazendo arfar. — achei que fosse você a escolhida para não cair em meus encantos, Morel — ele disse, apertando ainda mais a minha cintura. Ele desceu os lábios até chegar em meu pescoço, onde chupou de leve, mas foi o suficiente para que eu soltasse um ruído baixo. Havia uma grande explosões de sentimentos dentro de mim, sem contar a estranha sensação que eu sentia em meu estômago, sua boca se aproximou da minha, e eu consegui tirar um pingo de noção para pará-lo.

Eu e Addamus poderíamos transar. A virgindade não é algo tão glamorizado como antes, pois em todo o país necessita-se que a taxa de natalidade aumente, então o Rei e a Rainha oferecem muitas coisas para as recém mães com seus recém nascidos e para as grávidas, como um tipo de incentivo. Mas o beijo, para os meros camponeses, é um mito.

Existia um boato de que, havia um lema dos Reis e rainhas antigamente pra os seus súditos: a vida de um camponês prosperará se seguir de acordo com o seu destino. O que em outras palavras significa que se você manter suas vestes em seu corpo e esperar seu marido, sua vida supostamente melhorará. Mas, racionalmente falando, o real motivo do beijo ser "sagrado" é que antes do mundo ser como é, as antigas civilizações costumavam a se beijar muito, e com isso, pegar doenças. O fato é: dependendo da classe econômica, um curandeiro bom, que curasse de fato essa doença, custaria o preço de uma casa, e camponeses obviamente não tem renda o suficiente para pagar, então não é proibido beijar antes do casamento, mas é muitíssimo aconselhado que não, considerando a dificuldade de higiene que há entre a população humilde.

Se Addamus não fosse literalmente um vagabundo que transa com todos, eu consideraria beijá-lo, mas eu temo que esse mito caia sobre meus ombros, então eu nunca beijei ninguém em toda a minha vida, e quando eu transar, trepar, fazer amor (tanto faz!) quero que seja algo bom, com carícias, olhares, sorrisos e beijos e sentimentos; se eu transasse com Addamus, dificilmente seria como sempre imaginei a minha primeira vez.

-Addamus! — gritei um sussurro — Está louco?! Sabe que não pode me beijar, isso é proibido, eu vou me casar! — digo como se achasse aquilo um absurdo, mas meu coração acelerado, minha respiração ofegante e a estranha latência entre o meio das minhas pernas se contradiz totalmente com o tom de voz que usei. — eu vou me casar, estou prometida à um homem e esse homem não é você — eu o alerto novamente, com a voz mais controlada.

-Eu sei — ele disse — e vou fazer o que eu puder para impedir isso — ele falou, sua boca roçava na minha, tão, tão tentadora, meu corpo estava em combustão, e ele sabia disso. Antes de sair, deixou mais um chupão, tão leve quanto o primeiro que deu em mim, e saiu pela porta principal de seu quarto com a carta que ele estava escrevendo e lendo na sua mão. Assim que a porta se fechou, pude finalmente respirar normalmente. Deus, ele está me enlouquecendo.

Me virei e pude olhar no espelho. Respirei fundo de olhos fechados e quando os abri, pude colocar minha cabeça no lugar novamente. Addamus havia deixado um leve roxo no meu pescoço, algo fácil de cobrir com uma roupa e uma desculpinha esfarrapada, o que me facilitava muito. Só não facilitava o fato de eu ter que conviver com ele flertando comigo a todo o tempo que ele estiver no meu pé. Definitivamente eu precisaria trocar o meu horário de limpar seu quarto, se eu cruzar com ele por aí, com certeza vou acabar fazendo alguma besteira.

Depois de me recompor, arrumei o quarto dele rapidamente e evitei ter que fazer tarefas em horários e lugares que ele estivesse presente também, preciso evitá-lo agora que ele pode usar minha vulnerabilidade de seu encanto a favor dele.

Depois de me recompor, arrumei o quarto dele rapidamente e evitei ter que fazer tarefas em horários e lugares que ele estivesse presente também, preciso evitá-lo agora que ele pode usar minha vulnerabilidade de seu encanto a favor dele

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