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Point of view — Ayla Morel

Está anoitecendo. Passei em minha casa a pouco tempo para buscar a muda de roupas que Addamus ordenou que eu trouxesse. Não sei porquê ele disse para fazer isso, mas não ouso perguntar.

Quando estou quase pronta pra dormir - mesmo sem sono - ouço batidas na porta. Olho para o meu pijama, uma fina camisola branca quase transparente, e abro a porta, colocando apenas a cabeça para fora e escondendo o corpo atrás da porta.

-O príncipe herdeiro solicita sua presença em seus aposentos reais — o guarda diz, após fazer um gesto de continência com a mão — imediatamente — completa, ficando parado ao lado da batente da porta, de frente para o corredor, me esperando.

Bufo, e entro no quarto de novo, trocando de roupa para as minhas roupas normais de serva para atender seja lá qual é o pedido dele. Por ter lavado meu cabelo e ele ter ficado bonito seco, decido deixar o cabelo solto, e apenas passo um pedaço de beterraba em minhas bochechas, pálpebras e lábios para estar com uma coloração saudável.

Caminho pelo palácio com o guarda consideravelmente longe de mim. Quando chego em sua porta, nos aposentos reais, bato nela com três toques hesitantes. Quando a porta é aberta, uma luz baixa e amarelada aparece atrás de um Addamus muito, muito atraente.

Está com roupas normais que usa no palácio, uma calça justa de couro e uma blusa branca com babados de renda apenas nos pulsos e o cabelo levemente úmido. Um cheiro fresco de flores está presente no ambiente, e ele abre espaço para que eu entre em seu quarto.

-O que deseja? — pergunto com a voz neutra, colocando as mãos atrás do corpo como de costume no dia a dia. Ele me analisa e depois ri, sarcástico, e por um milésimo de segundo tenho vontade de pular encima dele e arrancar esse rostinho perfeito.

-Porque está vestida com sua roupa de trabalho? Você não está no seu expediente — ele fala.

-Porque o senhor convocou minha presença — digo — Falando nisso, por qual motivo específico me chamara? — pergunto

-Não para trabalhar, certamente — ele diz.

-Poderia ter me avisado antes, assim não perdia tempo em procurar minhas vestimentas de trabalho — falo levemente frustrada — poderia ter pegado algo mais apropriado — completo, olhando para a roupa meio esfarrapada.

-Aposto que não gostaria de andar pelada pelo palácio, porque essa seria a melhor maneira de vir apropriada para o que tenho em mente — ele diz, me surpreendendo.

Gaguejo antes de falar — o que você quer dizer com isso? — pergunto, e as palavras saem de minha boca quase como um murmúrio. Ele abre um sorriso maléfico, e se aproxima de mim até ficar com o corpo completamente colado no meu, com ambas mãos na minha cintura.

-O que eu quero dizer, princesa, é que eu vou te foder o quanto eu conseguir hoje — ele fala em meu ouvido, e todos os pelos do meu corpo se arrepiam.

-Addamus.. — digo o seu nome em tom de aviso

-Não foi isso que pediu hoje, ao final da tarde? Para que eu te mostre tudo que sei sobre? Lugares, posições, o que fazer, o que não fazer — ele diz, repetindo minhas palavras — Você me obedece em tempo integral, de manhã e tarde, quando está trabalhando. Apenas você me obedece. De noite, podemos revezar quem manda em quem. — Murmura em meu ouvido, e ofego baixo. Sei que ele ouve, por sentir seu sorriso, acompanhado de uma bufada que no caso seria um tipo de risada. — Vire-se — ele fala, e depois de um tempo, obedeço.

Seus olhos estão mais escuros, e ele está sério, com as mãos na minha cintura. Empurrando com as mãos, ele me aproxima dele até que nossos corpos estejam completamente colados. Ele se esfrega em mim, e um gemido de surpresa e prazer.

The Masked Girl •EM ANDAMENTO•Onde histórias criam vida. Descubra agora