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Point of view — Addamus Blanc

Quando estou próximo do pomar, vejo Ayla um pouco à frente, olhando fruta por fruta e pegando algumas que provavelmente estão maduras. Quando a alcanço, pego uma maçã do cesto e mordo, atraindo seu olhar.

-Sabe escolher bem - elogio, sentindo o gosto suculento da maçã bem madura. Ela olha para mim, sorrindo, e morde a maçã na minha mão - ei!

-Tá boa mesmo, príncipe - ela fala descontraidamente, enquanto ri da minha surpresa.

Percebo que está um pouco diferente e procuro o que está diferente. Seu corselete (normalmente preto) foi trocado por um verde safira, seus cabelos cheios cacheados estão soltos ao ar livre, e a cor avelã dele e de seus olhos sendo ressaltada pelo sol de final de tarde, apesar da neve sendo descongelada mas ainda esfriando a região. Suas bochechas e lábios estão mais avermelhados que o normal e sua pele mais suave, até mesmo mais clara, mostrando que está de maquiagem.

-Está bonita — falo baixo, atraindo seu olhar novamente e de um jeito mais intenso. Ela olha para os pés quando me responde.

-Obrigada. Você também — fala no mesmo tom que eu, voltando a analisar as frutas.

-Porque me chamou aqui Ayla? — pergunto, e ela suspira, finalmente se virando para mim.

-Addamus, faltam apenas 5 meses para eu me casar. Cinco. E vou me casar com alguém que não conheço, não amo e não estou apaixonada. Eu nunca tive um namorado, nunca vivi um romance, nunca ao menos beijei alguém. Parte de mim acredita que é simplesmente porque não tenho tempo para pensar nessas coisas banais. Mas a outra sabe que em parcela, isso é culpa sua.

"Não sei o que sinto por você, Addamus. De verdade. É um desejo flamejante que sempre me persegue, mesmo eu não querendo. Não é paixão, eu acho; mas é algo fervendo em mim que eu não posso manter guardado para sempre. E eu não quero ser uma daquelas mães  que não tem histórias interessantes para contar para os filhos, não quero ser aquela pessoa que se perguntarem qual foi a coisa mais louca que fez, eu responder que foi usar um corselete colorido em vez do preto comum surrado por causa de um maldito garoto. Mas você vai ser o pai que se perguntarem qual a coisa mais louca que fez, você vai listar umas mil coisas, mesmo sendo, na época eu espero, Rei, o que iria limitar muitos a se aventurar, pra você é o total oposto. Eu, tendo liberdade não vivi, mas você, completamente sem, viveu mais que muitos. E eu quero viver, Addamus. Quero viver enquanto ainda não estou presa em um caipira fedorento."

Ela me surpreendeu completamente com essas palavras. Ficamos em silêncio por alguns minutos, apenas com o barulhos das folhas se chocando e balançando com o vento.

-Quer que eu seja seu amigo? — gaguejo quando falo. Depois de respirar fundo, reorganizo as informações — quer que eu seja seu professor de como, como você falou? De como viver? — eu falo, sendo sarcástico. Estou frustado. Esperava tudo, menos isso, sei que ela tem um desejo por mim, e ela sabe que é recíproco, e quer que eu ensine ela se aventurar?

Ela se sente ofendida, mas ainda sim continua firme.

-Me coma — ela fala, me surpreendendo de novo — quero que transe comigo e me mostre tudo que saiba sobre. Lugares, posições, o que fazer, o que não fazer. — diz — Faça sexo comigo, Addamus. Estou suplicando — fala por fim.

Estou em.bas.ba.ca.do. De todas as coisas que ela poderia falar, essa era uma das últimas que achava que ela iria dizer, por mais que fosse a primeira que eu desejasse.

-Durma no palácio hoje. traga uma muda de roupas e utensílios de higiene pessoal e durma aqui hoje — falo com a voz mais rouca que o normal.

-Mas.. — a interrompo.

-É uma ordem. — falo antes de sair.

 — falo antes de sair

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The Masked Girl •EM ANDAMENTO•Onde histórias criam vida. Descubra agora