Capítulo 11 - Stephanie

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Diana me deu um sermão de 50 minutos sobre como era perigoso eu sair sozinha pela cidade.

- Você poderia estar morta a esse instante. Sabe como é perigoso com Jenna à solta?

Eu sabia, mas não gostava que pessoas me dessem ordens. Isso foi sempre um defeito meu, meu e de minha irmã. No dia seguinte seria o Baile de Boas-Vindas de Princetown's High School. Eu não queria ir, mas Diana me disse que talvez fosse uma maneira de capturar Jenna e ver se ela fala o que queria comigo. Pensei duas vezes antes de dizer sim. Esse plano is ser um fracasso. Por que Jenna iria a um baile de boas-vindas? Talvez ela fosse, talvez não. Mas como Diana queria ir e estava me forçando a ir também eu resolvi dizer sim.

Enquanto ela fazia uns ovos mexidos na cozinha, resolvi ir até o porão ver Fallow. Ela estava com a aparência acabada, me perguntava se havia bebido água ou comido algo nesses dias.

- Ora, ora. Quem diria, não?

- Eu quero sabe o que vocês querem comigo.

- Nada de mais, apenas as sua morte.

Meus pelos do braço se arrepiaram.

- Por quê?

- Por quê você é uma ameaça. - Fallow disse, mas não era mais a voz dela. O que havia de errado com ela? - Você não entende? Tudo o que fez desde o nascimento é uma ameaça para nós.

- Quem é você?

- Ninguém que você queira saber, por esse momento. Me hospedei nesta garota com o intuito de chegar a você. Ela é muito fraca.

- O que quer?

- O quê? - agora era a voz da Fallow.

- O que quer para comer? - menti.

- O quê?

Fallow havia sido possuída por alguma coisa e estava ajudando Jenna, pois tinha o mesmo objetivo comigo. Nossa, isso é tão inteligente, mas, como esse ser havia entrado no corpo de Fallow?

Pense Stephanie, pense.

- Stefs? Cadê você?

- No porão. - respondi.

Diana apareceu nas escadas segurando um prato de ovos mexidos.

- O que está fazendo aqui em baixo?

Olhei para Fallow.

- Descobrindo coisas.

Ela me olhou com os olhos semi cerrados. Provavelmente nem sabia que estava possuída.

- Dê isso à ela. - falei. - Eu preciso falar com você.

Quando conheci Diana, era em 1973, ela estava caída na rua cheia de ferimentos pelo corpo. Eu não consegui ajudá-la, pois ela estava morrendo. Minutos depois ela acordou sem saber de nada, então eu já sabia o que ela estava destinada a decidir, a morte ou a vida eterna. Ela escolheu a morte, mas ao final do dia foi alimentada com sangue humano por uma garota a qual ela não se lembrava.

Diana havia me contado a história dela dias depois: ela era uma bruxa, uma bruxa do Clã da Vida. Eu já havia conhecido alguns antecedentes dela. Diana tinha sido criada como uma filha perfeita, até engravidar aos 16 anos. Os pais entraram em choque, tudo para ela foi a gota d' água. Teve que se casar jovem e se preparar para a chegada do recém-nascido. Mas o que era ainda pior, era que o seu marido era do clã rival. Diana teve que esconder isso dos pais por nove meses, mas um dia, a empregada escutou a conversa dos dois e acabou contando ao pai de Diana. Foi tudo tão horrível, o marido de Diana, foi morto pelo pai dela. Ela foi espancada e logo em seguida deu a luz. Ela nem sequer conseguiu ver a criança. Era uma menina e só disso sabia. Ela foi deixada em um beco sem saída na boca da morte. E foi assim que eu à encontrei. Até hoje ela ainda sofre com isso. Todas as noites ela chorava por saudades da mãe e da filha que nunca conheceu. Ela até deu um nome à ela: Mary. Eu fiquei tão horrorizada com isso que nunca mais quis tocar no assunto, mas agora eu teria que faze-lo.

- Preciso falar com seus pais.

Ela pareceu confusa.

- O quê? Eu não os vejo à 41 anos. Como quer que eu saiba onde estão?

- Porque você sabe onde estão. Vigiou eles desde sempre, duas saídas sem rumo, desaparecimentos do nada. Onde estão?

- Em New Orleans. Mas por quê?

Respirei fundo antes de responder.

- Precisamos encontrar Mary.

Vampiros (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora