Espírito Livre - II

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A noite já começava a cair quando o capitão Norton e seus homens alcançaram a localização do acampamento dos espanhóis. Não havia mais nada além de restos do que foi uma fogueira e marcas de patas que seguiam em várias direções.
Andrew desceu de Negro e observou algumas delas.

一 E então cunhado o que acha? 一 Edward questionou sem descer de seu alazão.

一 Eram seis espanhóis, uma carroça que estava pesada e pelo menos três índios, pela quantidade de marcas não ferradas.

一 Eles negociaram, certamente a carroça estava cheia de pólvora e armas. Os filhos da mãe se unirão aos índios. E fedem como eles 一 Edward sentenciou cobrindo o nariz com a manga.

一 Isso pra eles é apenas negócios Edward.

一 Certo, mas os Mandan não negociam, no máximo fazem trocas. Eles não usam dinheiro ou mineram ouro e eu duvido que os espanhóis estejam trocando armas por couro pintado. 一 Observou Edward.

一 Senhor, há corpos adiante, parecem ser os espanhóis.一 gritou um dos soldados e Edward e Andrew seguiram a frente.

A sua frente surgiram pelo menos cinco corpos, ou o que havia sobrado deles. Alguns decapitados, outros com as mãos cortadas, o cheiro de carne podre e as larvas já tomavam conta do amontoado emputreciso de carne e tecidos.

一 Malditos selvagens 一 ralhou Edward.

一 Isso parece coisa dos Crows. 一 Disse um dos soldados da patrulha 一 Eles costumam multilar corpos e levar pedaços deles como troféu, os filhos do diabo não se contentam apenas com um escalpos.

一 Achei que tivesse desaparecido dessa região há muito tempo.... 一 Edward reflete一 Meu pai expulsou a última aldeia antes mesmo de Edgar e Eu chegarmos ao país.

一 Pelo jeito estão de volta e se eram eles que estavam negociando com os espanhóis, certamente estão aqui por Crazy Horse. Vamos voltar a Charlotte e garantir que o governador tenha uma escolta reforçada depois de cruzar o rio. 一 Andrew subiu em negro rapidamente.

***

Pela manhã, Elena despertou com um beijo dos lábios frios do marido em sua têmpora, sorriu para ele e o viu colocar o dedo indicador diante dos olhos e em seguida apontou para a irmã, dormindo ao lado da mulher.

一 Venha comigo 一 sussurrou Andrew e em seguida colocou um casaco quente sobre os ombros da mulher.

Fora da casa do doutor Philips tudo estava calmo e escuro. O capitão ajudou a esposa a escalar até o alto do prédio da justiça, de onde viram a luz surgir no horizonte, trazendo uma mescla de tons quentes e frios no céu, enquanto banhava a terra com uma cor dourada vibrante.

一 É lindo 一 Disse Elena envolta nos braços do marido que afundou a barba na curva do seu pescoço se aninhando como um filhote, deixando que o cheiro dela inebria-se seus sentidos.

一 Eu sei que tivemos um começo difícil, mas você foi a melhor coisa que me aconteceu Elena, disse virando-a na sua direção. Eu sei que aqui não é a Inglaterra, que não temos grandes construções, festas ou toda a beleza do seu pais, mas temos muitas possibilidades e eu prometo que tentarei fazer o meu melhor para que seja feliz aqui.

Ela acariciou a barba do marido e beijou-o carinhosamente.

一 É melhor descermos, tenho de ir.

一 Mas você acabou de chegar, nem sequer dormiu um pouco 一 a esposa protestou.

一 Eu estou bem, descansarei quando regressar, faremos uma escolta para encontrar com o governador e o General Custer em River Side, vou apenas me lavar e seguirei com os outros. Não se preocupe depois que eles estiverem em segurança na cidade, iremos ao circo. 一 disse dando um beijo na testa da mulher.

A filha do General - EM ANDAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora