Caminhos Tortuosos - III

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O sol ainda nem havia despontado no horizonte quando a pequena comitiva das cinco tribos começou a agitar-se

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O sol ainda nem havia despontado no horizonte quando a pequena comitiva das cinco tribos começou a agitar-se. Eram famílias inteiras, com rostos marcados pelo cansaço de longos dias na estrada rumo ao novo lar, mas, para chegar lá, era necessário aliviar a carga. Naquele dia, Topanga, fez uma parada estratégica em Riverside. O lugar, embora simples, estava cheio de vida. As ruas de terra batida começavam a se encher de poeira com o movimento dos moradores.
Os indígenas armaram suas carroças perto da praça central, onde uma árvore solitária oferecia um pouco de sombra para aqueles que por ali passassem.

Entre os pertences que traziam consigo, havia de tudo: mobílias, heranças de família que resistiram ao tempo, ferramentas pesadas, baús cheios de roupas e utensílios domésticos. Eram objetos que, para muitos, carregavam memórias, mas que, na dura realidade do caminho às reservas, tornavam-se fardos insuportáveis. O mercado improvisado logo começou a atrair os habitantes da cidade. Mulheres vinham acompanhadas de crianças, curiosas para ver os produtos que os viajantes ofereciam. Os homens, com chapéus de abas largas, examinavam cuidadosamente as ferramentas, enquanto os viajantes tentavam negociar os melhores preços possíveis. Havia uma mistura de pressa e tristeza nos olhos daqueles que vendiam; cada item trocado por algumas moedas significava um peso a menos na jornada, mas também a despedida de um pedaço remanescente da casa em New Achota.

Topanga fazia suas trocas rapidamente, um velho alforje de couro, que acompanhara a família por gerações, foi vendido por poucas moedas de prata. Uma mesa de carvalho, trabalhada com esmero, foi trocada por uma sacola de mantimentos. O baú de vestidos finos de Elise, transformou-se em um saco de sementes e seu enchoval de casamento bordado a mão durante anos, uma cabra leiteira.

一 Sei que não está satisfeita com as trocas, mas poderia levantar um pouco e caminhar pela cidade, quando chegarmos a reserva não veremos cidades, até que possamos construir a nossa. 一 Disse Topanga com paciência. Apesar de ainda estar sebtindo-se traído pela atitude de Elise, depois de ponderar e sentir a eminência de perdê-la durante o ataque, percebeu que havia sido duro demais com a mulher, que desde então, parecia mergulhada em uma tristeza profunda. 一 Elise...

一Senhor Denton, melhor deixar a senhora descansar, ela não tem se sentido bem.

一 Quieta Marrie. 一 A voz fraca de Elise cortou o silêncio enquanto levantou-se do carroção ajeitando os cabelos desgrenhados sobre o rosto pálido

一Fale Marrie. 一 Insistiu Topanga a escrava.

一 Ela tem sangrado, faz dias senhor Denton, mas não queria preocupa-lo.

一 Eu estou bem, não é nada. Isso acontece as vezes. Ainda sinto o bebê mexer, ele está bem. Sei que está. 一Disse Elise com ansiedade na voz.

一 Você precisa de um médico. Fique de olho nela Marrie vou procurar algum médico na cidade e volto para pega-las.

Depois de caminhar e questionar alguns transeuntes desconfiados, Topanga empurrou a porta do pequeno consultório de madeira e um rangido, revelou um homem de meia-idade, seus cabelos grisalhos desordenados e as mãos manchadas de sangue seco. Ele ergueu os olhos para Topanga, a princípio com a expressão de cansaço habitual, mas logo suas feições endureceram ao notar os traços indígenas dele, e as marcas de poeira da estrada em suas roupas.

A filha do General - EM ANDAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora