Entre Irmãos- II

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Os olhos esverdeados de Elena ergueram-se assim que Tokalah retornou a tipi, já quase no fim da tarde

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Os olhos esverdeados de Elena ergueram-se assim que Tokalah retornou a tipi, já quase no fim da tarde. E ela amamentava o bebê, enquanto Wewomi brincava com um graveto na pequena lareira ao centro da tenda.

一 Wewomi, vá buscar a porção da noite, já esta sendo servida. 一 Disse o pai a menina que obedeceu imediatamente.

一 O que aconteceu? 一 Elena perguntou enquanto o pequeno resmungou em seus braços.一 Aquele escalpo não parecia ser de um soldado.

一 Eram mestiços viajantes, mercadores, talvez. Tinham uma boa quantidade de grãos com eles. 一 Ele respondeu atiçando as brasas com o graveto que a filha brincava.

一 Eles os mataram por isso? Por serem mestiços一 Perguntou ajeitando o bebê em seus bracos e Tokalah a encarou por instantes.

一 Não, eles estavam em nosso território, apenas seguiram as regras para que possamos nos manter protegidos. Você as conhece. 一 disse sem levantar o olhar.

一 Você prometeu que não usaria violência desnecessária.

一 Isso não é sobre os viajantes, é?一 ele ergueu o olhar a ela.

一 Eu posso entender o combate, o que foi necessário, mas precisava mesmo cortar a garganta daquelas mulheres? Atirar naquelas meninas? Por isso não quis que eu fosse com você, nunca teve a intenção de poupar nenhum deles. Não é?

一 Você está certa, sangue se paga com sangue. É assim que fazemos as coisas.
一 Ele falou vestindo umã camisa de franjas.

一 Não devia ter feito isso.

一 Não, assim como Wewomi não devia ter perdido a mãe, assim como o clã de Maralah não deveria ter sido queimado, Meu irmão não devia ter sido morto, assim como nosso filho, seu bebê não devia ter sido marcado como gado. 一 Ele respondeu rispidamente. 一 Serão tempos de guerra Elena e não posso deixar que vá enquanto aquele waikiki ainda vive. Ele vai atrás de você, do nosso filho e eu preciso que fiquem seguros.一 Falou soltando um lomgo suspiro.一 Preciso subir aí cume alto, Enepay e Wichaswakan já deviam ter voltado.

Tokalah saiu da tenda em um passo firme. O desentendimento com Elena parecia ecoar em sua mente como um trovão distante, perturbador e incessante. Caminhou pelo vale, seguindo o caminho conhecido até o ponto mais elevado, onde Enepay finalizava seu ritual.

Subindo em direção ao topo, avistou as duas figuras, silhuetas contra o céu alaranjado. O velho curandeiro Wichaswakan estava sentado em uma postura solene, o corpo imóvel, como se fosse uma extensão da própria montanha. Ao seu lado, Enepay, movia-se em círculos lentos, dançando incessantemente apesar de seu corpo visivelmente exausto. Mesmo à distância, Tokalah podia ver o tremor nas pernas de Enepay, o suor escorria por sua pele pálida e seu andar, errático, quase cambaleante. O garoto girava em círculos, os pés arrastando-se pelo chão como se a terra estivesse pesando mais a cada passo. Mas ele resistia, sua determinação em busca da visão o mantinha de pé, mesmo quando seu corpo parecia à beira do colapso.

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⏰ Última atualização: Sep 16 ⏰

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A filha do General - EM ANDAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora