O Lugar ao qual pertence - I

100 12 8
                                    

Andrew atravessou as portas da pousada com gritos de clamor. O rosto vermelho e molhado de suor, ostentavam olhos desesperados enquanto seus braços carregavam o corpo desfalecido de Elena.

Encontrou os Stevens no topo da escada e imediatamente Armand, mesmo confuso o ajudou a sustentar o corpo da jovem mulher até os aposentos do capitão.

Augustine entrou logos atrás em pânico ao ver a sobrinha.Em um primeiro momento, não conseguiu identificar o mal que lhe afligia, mas havia nela uma palidez sepulcral, sangue espalhado pelo vestido grosseiro, por suas pernas e manchas pela roupa do capitão.

一 O que fizeram com ela? O que fez com a minha menina! 一 A loura questionou enfurecida ao capitão que tentava se recompor depois de por Elena sobre a cama.

一 Augustine, vá buscar a minha maleta agora!一 Gritou Armand ao examinar a sobrinha! Anda Augustine! 一 A francesa respirou profundamente e saiu ainda com um olhar questionar sobre Andrew que sentou-se exausto em uma cadeira próximo a janela.

一 Eu cavalheiro o mais rápido que pude, mas não sei se foi o suficiente, está sangrando há mais de hora 一 Disse a Armand que levou poucos segundos para entender o que se passava.
一 Ela está com uma hemorragia e grávida, mas imagino que já tenha percebido. Ela caiu? Ou foi espancada? Você fez isso? 一 Perguntou colocando a mão sobre a protuberância no abdomen da jovem mulher.

一 Foi o general Krigher, eu ... Eu tive de me manter a uma certa distância, fiz o que pude para para-lo.

一Ela está perdeu muito sangue, vou tentar conter a hemorragia, mas não há como garantir nada. 一 Disse beijando a testa da sobrinha, levantando-se até a porta do quarto onde do lado de fora os curiosos já se acumularam nos corredores. Viu a esposa abrir caminho entre eles carregando a pesada maleta de medicina, entregar a ele e cerrar a porta assim que entrou, apressando-se para o lado da sobrinha.

一Como isso aconteceu? O que fizeram com ela? 一Perguntou angustiada enquanto o marido já media os sinais vitais de Elena. Andrew apenas baixou a cabeça exausto, soltando um longo suspiro 一 Foi você não foi?

一Augustine, não há tempo para questionamentos e acusações me ajude com ela. Senhor Norton se puder buscar alguns baldes com água limpa eu agradeceria. Pediu o médico e Norton assentiu com a cabeça. E você augustine, vamos me ajude a despi-la.

Augustine arregalou os olhos assombrada quando percebeu a barriga proeminente e da sobrinha que denunciava claramente uma gravidez. Um hematoma cobria a parte baixa do ventre e haviam mais alguns nas costas e costelas.

Hora mais tarde Andrew estava sentado a mesinha do pequeno refeitório da pousada. Já havia sido grosso o suficiente para que os curiosos desistissem de lhe fazer perguntas e agora fazia uma oração silenciosa com um cordao de crucifixo entrelaçado aos dedos. Ouviu o estalar das escadas e os pesados passos de Edgar enquanto a luz da lamparina que ele carregava espantava a escuridão. Pousou a chama envolta no vidro grosso sobre a mesa e sentou-se a frente de Norton com um olhar pesaroso.

一 Ela vai sobreviver, consegui estancar a hemorragia a tempo. Mas está muito fraca, perdeu muito sangue, desidratada, com uma costela fraturada, a placenta se moveu e isso causou o sangramento, a manterei sob doses pesadas de ópio por alguns dias para controlar a dor e seus movimentos.

一 Ela perdeu a criança? 一 Andrew levantou o olhar encarando Armand.

一 Nao, ainda não. Por enquanto posso escutar o coração do bebê, mas... Não há como saber a gravidade da lesão a placenta, se estiver muito comprometida a criança não sobrevivera tempo suficiente para que possa viver fora do útero.

A filha do General - EM ANDAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora