O Amor Acontece

O Dia

Como eu disse, iria morrer de vergonha. No dia anterior, conversei com ele e logo depois que me despedi, fui dormir.

Acordei bem cedo hoje, tomei café, tomei banho, arrumei o material e fui para a escola.

Quando cheguei lá, fui direto para a sala de aula. A Júlia estava com o Roberto, seu namorado, enquanto a professora não chegava, pois ele não era da nossa sala. Quando tocou o sinal eu me sentei na minha carteira e esperei. O Lucas ainda não tinha chegado. A aula começou e nada dele chegar. Um horário se passou e no começo do segundo horário ele chegou todo apressado, bateu na porta, e quando entrou olhou para mim e sorriu. Foi todo atrapalhado colocar seu material em sua carteira. Quis enfiar minha cara em um buraco de tanta vergonha que eu senti naquela hora, mas consegui prestar atenção em toda a aula.

Passaram-se todos os horários e quando bateu o último sinal, eu me vi livre. Saí bem rápido da sala, pois tive medo dele vir falar comigo. Estou indo para o portão, já me sentindo aliviada, quando sinto alguém me cutucando, quando me viro ele me diz:
-Oi, você é a Ester, não é?
-Sim, sou eu.
-Prazer, meu nome é Lucas.

É claro que eu já sabia que ele se chamava Lucas, mas quis ser educada:
-Prazer Lucas.
-Eu tava pensando, você quer dar uma volta na praça, tomar um sorvete pra que a gente possa se conhecer melhor?
-Bem que eu queria, mas estou atrasada, tenho que ajudar minha amiga com umas coisas, quem sabe outro dia.

Eu estava realmente falando a verdade. A Júlia me pediu para passar na casa dela para ajudá-la a cuidar da irmã enquanto a mãe estava viajando. Não podia deixá-la na mão.
-Tudo bem.-ele disse- mas amanhã nós vamos, ok?
-Ok.

Ele me deu um abraço e foi embora. Por incrível que pareça, pela primeira vez, enxerguei o Lucas como meu amigo e não minha paixonite fracassada de infância.
Fui para a casa da Júlia, e nós cuidamos da irmã dela, até ela dormir. Eram 23:27 e meu celular tocou. Era um número desconhecido, mas reconheci a voz quando atendi. Não era o Lucas, era a Amanda, uma outra garota da minha classe. Ela nos chamou para uma festa que estava acontecendo em sua casa. No começo eu disse que não, mas a Júlia insistiu tanto, que acabei aceitando. E, cá entre nós, a irmã dela já tinha dormido, e nós nem íamos demorar muito.