Como Um Furacão

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Lucas narrando.

Veio como um furacão e mudou tudo, em menos de um mês.

Como pude deixar isso acontecer? Como pude fazer isso?

Agora ela não retornava minhas ligações, não me escrevia, não me dava notícias... Não ligava mais para mim e nem respondia meus e-mails. Não me queria mais, estava zangada, machucada, com o coração partido, com raiva. E eu lhe dava total razão.

* Flashback on *

Segunda semana de aula na escola que meu pai havia me colocado. Era muito ruim ser "o aluno novo que veio de outro país", mas com um tempo me acostumo.

A Ester não havia respondido a minha carta, mas nós trocamos mensagens no fim de semana, quando o celular dela foi devolvido. Ela tinha adorado a carta, e disse que adoraria se eu continuasse escrevendo.

Eu estava bem, pois sabia que ela também estava.

Entro na escola e caminho a longos passos pelo corredor. Aquela garota. Loira, alta, com os olhos azuis. Me encarava novamente.

Finjo não vê-la e paro em frente ao meu armário. Coloco alguns livros lá dentro e me volto para o corredor.

Meus olhos se direcionam até a garota e ela me encara novamente. O que ela estava fazendo?

Me distraio por um segundo e quando a procuro pelo corredor, a vejo. Vindo em minha direção!

_Ainda está meio perdido? -ela pergunta sorrindo.

_É... Um pouco.

_Vamos, eu te mostro onde sua sala fica! -ela me puxa pela mão, não me dando escolha.

Ela me deixa em frente à sala 324 e fica me olhando por um longo tempo.

_Afinal, eu me chamo Hillary.

_Lucas. -eu disse e ela sorriu. Me estendeu uma das mãos e eu a apertei.

_Bom, eu preciso ir. -ela diz e vai se afastando. -Quem sabe, depois a gente se fala.

Eu assenti e ela se foi. Entrei na sala e me sentei em uma carteira que ficava no fundo da sala, pois as outras já estavam todas ocupadas.

As aulas acabaram e eu me vi livre daquele verdadeiro inferno. Odiava estar em um ambiente onde ninguém me conhecia. Olhavam para mim e logo depois cochichavam uns nos ouvidos dos outros. Aquilo me incomodava, muito.

Estava saindo da escola, quando sinto uma mão no meu ombro.

_Ei! Espere! -ouço alguém gritar.

Me viro para trás e vejo a Hillary bufando e me encarando. Ela abre um sorriso doce e meigo. Não consigo me conter e sorrio de volta.

_Pensei que nunca fosse conseguir te alcançar. -ela diz e eu dou uma risada. -Vai fazer algo agora?

_Não, você quer dar uma volta? -eu pergunto e ela assente.

_Vamos no Central Park?

_Claro. -eu disse.

_Legal! -ela sorri e dá um pulinho de alegria.

Nós fomos conversando até chegarmos no Central Park. Nos sentamos na grama verde e ela me olhou de relance.

_Se eu te conhecesse bem, diria que está pensando em alguém. Mas como não conheço, não tenho certeza. -diz ela, me arrancando um sorriso.

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