Cartas?!

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Lucas narrando

Eu já tinha chegado até a casa do meu pai e estava esperando as duas madames (minha madrasta e minha meia-irmã) ficarem prontas para irmos passear num parque que havia ali por perto.

A Ester não tinha me mandado mensagens, nem me ligado e eu já estava ficando preocupado com a minha menina.

Nós andamos um pouco pelo parque e as duas tiraram várias fotos minhas por lá. Elas diziam que eu tinha cara de "modelo". Vê se pode.

A Sophia inventou de querer me levar na "melhor sorveteria que ela conhecia", mas a Sabrina não quis ir, então nós dois fomos.

Nós pegamos o sorvete e pagamos. Nos sentamos em uma mesa que tinha do lado de fora da sorveteria e começamos a atacar o sorvete.

_Dá para ver que você gosta daqui. -a Sophia disse, e percebi que ela tinha um pouco do sotaque americano misturado com o brasileiro, o que me fez rir.

_Gosto bastante daqui. -eu disse revirando o sorvete com a colherzinha.

_E a sua namorada? Pensei que ela iria vir junto com você.

_Ela... Ela precisou mudar de escola e essa escola fica em outra cidade, então nós vamos ter que ficar separados por algum tempo.

_Poxa... Queria tanto conhecer ela. Nosso pai falou muito bem dela. -a Sophia disse e só para esclarecer: o pai biológico dela, abandonou ela e a Sabrina, e quando Sabrina se casou com o meu pai, a Sophia se apegou a ele, e o considera como se ele fosse seu pai.

_Ela é muito legal... E é linda também!

_E a Thainá? Chata como sempre? -a Sophia brincou e nós dois rimos.

_Não consigo encontrar uma pessoa nesse mundo que goste dela. -eu disse e ela riu.

_Acho que eu sou a prova viva disso. -nós dois rimos e voltamos a atacar o sorvete.

Nós voltamos para a casa conversando e eu esperava que meu pai já tivesse chegado do trabalho para almoçarmos (sim, eu tomei sorvete antes de almoçar).

Quando nós dois chegamos, o meu pai e a Sabrina já estavam à mesa, nos esperando. Nós almoçamos e matamos a saudade.

Eu estava assistindo TV, quando de repente chega uma mensagem no meu celular:

Ester:
Oie! Amor, acabei de saber que aqui não tem internet, não podemos usar o celular durante a semana e meus créditos não vão durar muito, então, como nós vamos nos falar?

E agora? Não conseguia pensar em nada, então mandei só um "vou pensar" para ela e desliguei o telefone.

Eu fiquei rolando no sofá pensando sobre o quê nós poderíamos fazer para nos comunicarmos...

_Em quê você está pensando? -eu acordei dos meus pensamentos com a voz do meu pai e percebi que ele havia se sentado ao meu lado no sofá.

_Em nada. -eu disse e ele riu.

_Pode me falar. -ele disse e eu sorri.

_Tô pensando em algum jeito de falar com a Ester. -eu disse e ele fez uma careta.

_Já ouviu falar de internet?

_É que onde ela estuda não tem internet e eles não podem usar o celular durante a semana letiva... Não consigo pensar em nada.

Meu pai encostou as costas no sofá e ficou me olhando.

_Mande cartas. - ele disse e eu comecei a rir.

_Tá brincando né pai?

_Não tô não. Olha, é meio ultrapassado, mas é o único jeito que você tem para poder falar com ela. -ele disse e eu parei de rir.

_Então a partir de amanhã eu vou ter que mandar cartas para ela?! -eu perguntei e meu pai só assentiu.

Ele falou que ia ter que voltar para o trabalho e que depois nós conversávamos.

Eu decidi não falar nada para a Ester por enquanto e fazer uma surpresa para ela com a primeira carta.

Eu fui para o meu quarto e a Sophia me arranjou um papel de carta, um envelope e uma caneta. Eu iria escrever e mandar a carta hoje, já que poderia demorar um pouco para que chegasse até lá.

Eu me sentei na mesa da copa, coloquei o papel de carta à minha frente e comecei a escrever.

Para: A garota mais especial desse mundo.

De: Um cara que ama tudo em você.

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