Capítulo 18° Clossover!

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      Miguel hora ou outra passava o decorrer dos dias sendo um vigeante do mundo humano, protegendo os que estavam em sua vista de pessoas mal intencionados. Fanáticos e religiosos diriam que por trás da maldade humana, existe um sussurador que serve como um gatilho, no entanto, Miguel em suas rondas pelo mundo não se deparou com nenhum demônio ou alma que não seguiu adiante, comprovando-se que não é preciso um demônio para influenciar na natureza humana, porém em meio a suas incursões, ele viu que havia acontecido um episódio macabro e inexplicável na cidade de Salvador. Vários jovens foram mortos de maneiras cruéis e um deles foi dado como louco. O arcanjo intrigado, decidiu ir até o local do crime que ainda tinha pequenos rastros, era uma casa revirada parecendo que um furacão tinha passado. Havia ainda pingos de sangue em alguns cômodos do móvel, e Miguel passeou suas mãos devagar, e a cada passada ele sentia que presenças fortes e malignas haviam entrado nesta casa, um deles era um ser da natureza, que ocupava um status de grande destaque.

   Mesmo sendo seres antigos, ainda sim eram cultuadas, entretanto não eram tão respeitadas por pessoas céticas ou de outras religiões.
   Durante muito tempo, foram confundidos com demônios, todavia eles estão no meio, não são anjos e nem demônios, e sim entidades santas.

    Para Miguel não era uma novidade se deparar com episódios assim de intervenções sobrenaturais, nos últimos anos estava acontecendo várias, porém só agora o Arcanjo teve tempo para olhar isso com mais atenção, vendo que poderia se tornar um problema maior.

— Parece que vou precisar fazer uma visita ao santuário Ouro e café da noite.

     Miguel atravessou as dimensões passando pelo mundo das entidades até chegar na beira de um rio. Era noite neste lugar, porém o santuário em sua frente tornava o local bastante claro com luzes douradas e tochas em cada lance de escada que dava em direção a entrada do casarão. Miguel mudou suas vestes para uma manta em cor branca, e em seguida ele viu pessoas subindo as escadas pois o santuário estava em festa. Barulhos de tambor e muitas vozes entregavam que havia pessoas cantando e dançando.

mas....

     Essas pessoas não estavam vivas, haviam morrido a séculos, mas para aquelas que nunca abandonaram seus Santos, não foram deixados para trás na hora da morte, passaram a viver numa dimensão onde reina os orixás. Miguel havia sido um dos responsáveis por esse projeto, era necessário já que o todo poderoso sumiu misteriosamente.

  Quando o Arcanjo terminou de subir as escadas, os guardas tremeram ao sentir a sua presença, os dois abriram a porta de forma ríspida sem pensarem muito. Miguel assentiu com a cabeça sorrindo de canto, e entrou no casarão se deparando com pessoas em sua maioria negras dançando. Suas almas pulavam de tanta alegria, em cada lado do santuário podia se ver alguns Santos tomando bebidas e gargalhando a todo momento.

     Xangô estava em seu trono estofoado vermelho, batendo palmas, adorando a animação do seu povo, contudo sua atenção foi desviada quando sentiu uma presença bem superior a dele, igualmente em uma empresa quando o chefe da as caras depois de muito tempo. Xangô parecia estar dando um 360 graus com seus olhos para tentar achar o ser, mas só depois que ele conseguiu ver que Miguel estava em seu casarão. Todo esse tempo Miguel já observava ele, o mesmo só estava esperando que Xangô o visse.

   Miguel havia pegado um copo de vinho apenas por educação, e ergueu para cima quando teve a atenção do Orixá que começará a engoli em seco. O efeito que a entidade outrora causou no padre, estava se voltando contra ele. Com um simples gesto de cabeça Miguel chamou Xangô para conversarem na sacada, e o Orixá nem ousou demorar, pedindo licença a seus filhos e esposas.
  Quando o Orixá chegou até a sacada, não encontrou ninguém.

Entre o Amor e as Armas: Irmãos Contra IrmãosOnde histórias criam vida. Descubra agora