FILIPE RET

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Estava tendo uma operação no morro, mais uma vez a polícia estava tentando invadir e outra vez não iriam conseguir. Apesar de estar nessa vida a muito tempo, odiava perde amigos e ver moradores chorando por perda de algum familiar.

Nossa tropa só estava esperando o comando pra atacar, mas diferente do que costumava acontecer, Sabiá  não tinha dado nenhum comando ainda.

- Será que aconteceu alguma coisa?- Xamã perguntou.

- Tem coisa errada aí cara.

Nesse momento, o rádio que estava na minha cintura tocou.

- "fala chefe.

- Não é pra atacar ouviu?- Sabiá falou, pelo tom da voz dele eu percebi que era melhor eu não desobedecer.

- Mas se eles atacarem?

- O problema deles não é com a gente, nem é polícia brasileira que invadiu.

- Como assim? Foi gringo que invadiu?

- Sim Ret, avisa o resto, eles não vão atacar ninguém.

- Tudo bem."

- Ouviram né, nada de atacar.

- Que porra está acontecendo?- Borges perguntou.

- Não faço a mínima ideia, mas vamos esperar.

Já estávamos sentados naquele beco a quase uma hora quando ouvimos movimentação, quando vimos que eram da polícia já ficamos atentos.

- Lembra da ordem, não é pra atacar.

- E se eles atacarem?- Cabelinho perguntou me olhando.

- Aí é outra história.

Os policias acabaram passando direto, mas quatro, que estavam com uma roupa diferente vieram em nossa direção.

- Eu devo está doidão cara, aquilo ali é um colete do FBI?- Xamã perguntou e só aí eu fui reparar, os quatro realmente estavam com um colete do FBI.

- Cacete, que merda esse povo está fazendo aqui?

Eles estavam todos de preto e usavam bala-clava, mas a única coisa que deu pra diferenciar ali, era que tinha uma mulher no meio de três homens.

- Qual de vocês é o Ret?- a pessoa que eu julgava ser a mulher perguntou.

- Eu.

- Eu preciso que você nos leve no beco treze, a gente não vai atacar vocês- ela falou e eu olhei os meninos.

- Como eu posso confiar em vocês?- eu não podia ceder assim, mesmo não sendo do Brasil, ainda eram policiais.

- Eu já falei com o dono do morro, meu problema não é com vocês.

- Tu é brasileira, ou só fala português?- Borges perguntou.

- Sério cara?

- Ué porra, a mina fala bem, fiquei curioso porra- ele falou.

- Olha- ela retirou a bala-clava e olhou na direção de Borges- Eu sou brasileira, só preciso que nos levem lá.

Nunca na minha vida eu tinha me encantado por alguém tão rápido, porra, a mina era linda demais, e tinha um olhar sério, dava pra ver que ela estava sendo sincera.

- Nem eu, nem eles vamos atacar ninguém aqui, só queremos pegar uma pessoa, recebemos uma denúncia de que um suspeito que procuramos a um tempo está nesse morro.

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