-Você tá me estressando demais hoje cara, da um tempo- falei já estressada.
Tinha tido a brilhante idéia de ir a praia, chamei meus dois aliados, Douglas e Cristian, mas já estava me arrependendo, a praia estava lotada, não tinha espaço nem pra brincar.
- Você chamou ele porque quis, agora aguenta- Cristian falou e eu respirei fundo- Viram quem chegou aqui?
- Quem?
- Borges- olhei ao redor e vi ele e mais alguns amigos bem próximos da gente- Ele é bem bonito né?
- Você acha qualquer um bonito- ele me olhou feio e me deu língua.
- Vou comprar água, querem alguma coisa?- Douglas nos perguntou e nós negamos.
Eu deitei pra tentar pegar uma marquinha, conseguia ouvir Borges e seus amigos rindo de alguma coisa, mas resolvi ignorar, se fosse algo relevante, Cristian me falaria.
Estava tão cansada da semana que tinha tido, que acabei pegando no sono, acordei com Cristian me chamando.
- A donzela tá querendo pegar uma marquinha ou queimadura de primeiro grau?- ele falou e começou passar protetor em mim.
- Água vence cara- olhei sem entender o que Douglas tinha dito- Olha aqui, tem data de validade- ele apontou para o número na garrafa.
- Você tá de sacanagem né?
- Não cara, tá bem aqui, a água vence- eu olhei pra Cristian que estava negando com a cabeça.
- Deixa de ser idiota, é a validade da garrafa- falei o óbvio.
- Então, a validade da água que tá dentro da garrafa- ele estava falando tão sério, ali eu duvidei se ele realmente tinha atividade cerebral.
- Você deve tá brincando Douglas, não é possível- fui olhar novamente pra Cristian e pelo canto do olho notei que Borges e seus amigos estavam olhando em nossa direção, continuei a ignorar, afinal ele podia está de olho em um grupo de garotas que estava bem na nossa frente.
- É sério, a gente tem que tomar cuidado pra não passar mal.
- Você realmente tá falando sério?
- Sim, olha aqui, vence daqui um mês, tem que avisar o cara da venda, vai que ele vender coisa vencida- ele falou e se levantou.
- Seu imbecil, tá falando da validade da garrafa, não dá água anta, é a porra do plástico que tem validade, não a água- falei querendo muito bater nele.
- Não é, é a validade da água- ele insistiu naquilo, eu só peguei meu short e me vesti.
- Você é muito burro Douglas, vai se fuder, tá pra nascer alguém pra bater essa ignorância sua- falei e sai dali, minha paciência já tinha sido esgotada.
Estava sentada numa cadeira de um quiosque, esperando trazerem meu pedido, quando vi Borges indo comprar algo, ele me viu e veio em minha direção e se sentou ao meu lado.
- Acho que seu amigo estava brincando, quando você saiu ele riu muito de você.
- Eu sei, mas conhecendo ele, não duvidaria que estava falando sério- ele riu e me encarou.
- Você é muito linda.
- Eu sei, mas obrigado, você também é muito bonito.
-Vai fazer o que depois daqui?
- Acho que nada, por que?
- Vamos sair- assenti e ele me olhou surpreso.
- Que foi? Não quero passar meu final de semana em casa ouvindo o Douglas reclamando.
- Beleza então.
Nós voltamos pra onde estavam o pessoal, eu segui pra perto dos meninos pra avisar, mas me arrependi de ter voltado.
- Avisou o cara que água dele tá pra vencer?- Douglas me perguntou assim que eu me sentei.
- A gente vai sair mais tarde com os meninos ali- apontei pra onde Borges estava, resolvi ignorar Douglas, não passaria tanta raiva.
- Ele chamou você foi?- Cristian perguntou com um sorriso malicioso.
- Sim, pode ir tirando esse sorrisinho do rosto- olhei para o lado e notei que Douglas estava muito quieto.
- Que foi?
- Nada.
- Fala logo.
- Você não tá acreditando em mim, como fica nossa amizade?
- Tá falando sobre o que?
- Da garrafa, você não avisou ao senhor lá, tem que avisar- eu me segurei muito pra não socar ele.
- Nossa senhora em, porra seu idiota, entenda uma coisa, água não vence- falei auto e joguei areia nele que riu.
- Você fica um pouco vermelha quando tá com raiva- ele continuou rindo e eu fechei a cara.
- Idiota- a gente continuou ali, até Borges se sentar ali, junto com seus amigos.
- Vão mesmo né?- nós assentimos.
- Vou levar vocês em um baile bolado.
- Qual a chance da gente morre nesse lugar?- Cristian perguntou.
- Falando assim, parece que nunca foi em baile- ele me olhou feio.
- Se liga, quem fica levando a gente pra lugar com risco de morte é você- me acusou e Borges riu- É sério, semana passada, ela levou a gente numa festa, eu olhei pro lado e vi um cara com uma arma pra cima, essa idiota ainda riu- a mesa toda já estava rindo.
- Eu sempre fui lá, nunca deu nada pra mim- falei e Douglas me encarou.
- Teve uma vez que o dono da boca queria ficar com ela, a sonsa estava bem indo.
- Eu não sabia.
- Pode ficar tranquilo, o baile é de boa, mas vamos marcar um dia pra você levar a gente em alguma festa.
Continuamos conversando ali, como se todos fossem amigos. Nunca imaginaria que conheceria o homem da minha vida numa praia. Obrigado Douglas.
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Não revisado.
Espero que gostem.
:)
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imagines variados
Fantasy"A fantasia ganha vida na imaginação daqueles que ousam acreditar sobre todos os limites da consciência" L.L. Santos