Tinha passado o dia resolvendo algumas coisas importantes antes do grande dia, eu não iria me casar, só colocar uma criança pra fora da minha vagina, toda vez que eu pensava nisso, sentia um arrepio.
Passei na praça de alimentação e comi bastante, gostava de falar que estava comendo muito por conta do bebê, mas só descontava minhas frustações na comida, era algo que me aliviava.
Eu moro em Los Angeles, mas por conta da gravidez, vim para o Brasil, não faz muito sentido, mas eu não queria ficar lá sozinha e muito menos passas por tudo que enfrentaria sozinha.
Desde da noite passada eu estava sentindo dores, mas como sempre, eu ignorei e sai de casa, eu não tomava boas decisões quando estava ansiosa. Por isso aqui estava eu, num estacionamento, em trabalho de parto e sozinha, era exatamente o que estava tentando evitar, e pra piorar, meu celular estava descarregado.
Já estava amaldiçoando aquela tequila, quando ouvi alguém se aproximando, esperava do fundo do meu coração que não fosse ladrão.
- Você pode me ajudar?- perguntei quando ele passou pelo meu carro, estava sentada no banco do motorista, com a porta aberta.
- Está tudo bem?- ele perguntou chegando perto.
- Uma maravilha, minha bolsa resolveu estourar aqui- eu falei e uma onda de dor fortíssima me atingiu, não gritei, mas pela cara que eu fiz ele entendeu e chegou perto.
- Me fala o que eu faço.
- Eu não sei, nunca entrei em trabalho de parto- falei e segurei a mão dele.
- Fica calma, já ligou pra alguém?- eu apertei a mão dele e ele fez uma careta, me desculpei e ele assentiu.
- Meu celular descarregou.
Nesse momento eu joguei minha cabeça no encosto do banco e gritei.
- Puta merda, eu só queria ver uma roupa, não era pra você nasce hoje amor- falei alisando minha barriga.
- Vou ligar pra ambulância- eu assenti e ele ligou, falou sobre a situação e desligou- Está tendo um protesto, eles vão demorar, mas vão ligar daqui a cinco minutos pra passar instruções.
- Tudo bem, como é o seu nome?- precisava me distrair.
- Lennon, e você?
- S/N.
- Nome bonito, quer que eu ligue pra pai do bebê?- eu juro que tentei não rir, mas eu fiz.
- Se você tiver um tabuleiro ouija, pode tentar, o nome dele e Alex Hastins- ele desviou o olhar e segurou a risada- Pode rir, não tem problema.
Ele riu, e riu muito, eu também o acompanhei e senti mais dores, mas o momento estava tão leve, que eu não senti uma dor tão forte. Desde da morte do Alex, eu não conseguia me animar, nós nunca tivemos nada, éramos amigos que beberam demais, a consequência disso foi uma gravidez, mas Alex morreu antes de sabermos o sexo do bebê.
- Desculpa, não sabia- ele falou e foi para o outro lado do carro e abriu a porta.
- Relaxa, eu já superei, só não queria está passando por isso sozinha- ele me olhou fingindo estar ofendido.
- Eu sou invisível agora é- eu rir e ele me acompanhou, ficou me olhando e eu senti uma onda forte passar por mim, mas não era dor, era outra coisa.
- Foi mal, só que eu saí de Los Angeles pra não fazer isso sozinha, mas agora eu estou aqui, num estacionamento, com um cara lindo, enquanto meu filho está nascendo.
- Obrigado, se não estivéssemos nessa situação, eu te chamaria pra sair.
- Pode chamar, adoro comer- nós rimos e eu passei por outra contração, mas graças a Deus, eu ouvi uma sirene.
- Eles chegaram- ele foi sair, mas eu segurei sua mão.
- Eu sei que te conheci agora, mas não me deixa sozinha, por favor- eu pedi com lágrimas nos olhos e ele rapidamente concordou.
- Eu não deixaria.
Os paramédicos me colocaram dentro da ambulância e eu pedi pra Lennon ligar pra minha mãe, ela obviamente me xingou por não a escutar.
Já estávamos a mais de meia hora no trânsito, mesmo com as sirenes ligadas, parecia que não andava, eu senti que não daria para segurar, minha mãe já estava no hospital, Lennon não soltou minha mão em nenhum momento.
- Tudo bem querida, seu beber já está coroando- o paramédico falou e eu entrei em pânico.
- Não, empurra ele pra dentro- Lennon riu e eu o encarei feio- Não ri, isso aqui dói muito.
- Ok, mas você precisa fazer força, segura a mão dela pai- eu nem tive forças pra fala que ele não era o pai e Lennon também não falou nada.
Eu fiquei ali, fazendo força e sentido dores absurdas, só queria dormi, olhei pra Lennon e ele sorriu, ali, naquele momento, com um cara estranho, eu senti uma força, precisava fazer isso, segurei mais forte a mão dele e fiz força, num momento eu senti um alívio enorme e depois um choro. Meu filho tinha nascido.
- Ele é lindo- Lennon falou e eu concordei.
- Igual a mamãe.
- Parabéns- Lennon beijou minha testa e sorriu pra mim.
Eu fiquei tanto tempo olhando para o bebê, que não percebi que tínhamos chegado no hospital, Lennon ainda estava lá, do meu lado quando minha mãe chegou.
- Eu falei pra você não sair, mas você não me ouve né- ela parou de falar assim que viu Lennon- Você é o médico dela?
- Não mãe, ele me ajudou- ela olhou pra ele e depois sorriu.
- Obrigado moço, por ficar com essa cabeça dura- ela o abraçou e se afastou logo em seguida, ele ficou um pouco surpreso, mas sorriu.
- Que nada, eu não fiz nada, ela quem fez todo o trabalho- os dois ficaram ali, conversando, como se fossem velhos amigos.
- Ele é lindo, é a cara dela- sai dos meus devaneios quando ouvi Lennon falar.
- Eu sei, foi eu quem fiz- eles riram e minha mãe foi até o berçário ver seu neto.
- Obrigado por ficar do meu lado.
- Você era linda demais pra deixar passar- eu ri e ele acompanhou- Ajudei num parto e conheci a mulher com quem vou me casar.
- Mas você nem me pagou uma coxinha cara.
- Assim que você sair daqui, eu levo comida pra gente na sua casa, aí a gente passar o dia juntos, eu, você e o bebê.
Eu sorri sincera e ele chegou perto de mim.
- Eu sei que te conheço a menos de cinco horas, mas eu não vou sair da sua vida, acho bom você se acostumar- ele deixou um selinho nos meus lábios e se afastou- Não só da sua vida, mas do bebê também.
- Eu não quero que você saia- ele se sentou ao meu lado e segurou minha mão, eu nem percebi que tinha dormido, mas fiz isso com uma paz enorme, tinha meu filho e de brinde, um cara lindo e gentil ao meu lado.
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Não revisado.
Espero que gostem.
:)
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imagines variados
Fantasía"A fantasia ganha vida na imaginação daqueles que ousam acreditar sobre todos os limites da consciência" L.L. Santos