Maria Augusta tremia dos pés à cabeça. Não tivera coragem de continuar morando na casa que dividia com o marido falecido e por isso estava instalada, de volta, na casa dos pais, endereço que Antenor Martelli fornecera aos oficiais de justiça que a mantinham sob vigilância.
Sempre que precisava sair, um circo tinha de ser armado para evitar a imprensa e por isso a última reunião com os encarregados de sua defesa foi na mansão dos Vieira, no Rio de Janeiro.
Sarah cobriu seus olhos com óculos escuros quando deixou o carro, sendo imediatamente cercada por jornalistas. Antenor Martelli saiu pela outra porta traseira e João logo os alcançou, vindo do segundo carro. O som de flashes e perguntas sobre o caso era ensurdecedor. João sorriu para os fotógrafos e ameaçou declarar alguma coisa, mas o olhar reprovador de seu chefe o impediu.
-- Está em todos os jornais que ela vai confessar hoje, Sarah-- disse Antenor, quando acabara de passar pelo portão. -- Como eles conseguem essas informações? A Martelli deveria ser um quartel general.
A advogada simplesmente continuou andando, carregando sua pasta.
-- Doutor Martelli, você viu esse circo todo! -- comentou João.
A resposta dele foi um olhar de pouco caso que fez o sangue sumir da face de seu subordinado.
-- Talvez seja sensato uma declaração na saída, não acha? Um passo de simpatia nosso e quem sabe não consigamos fazer a senhora Sobral parecer menos com um monstro? -- sugeriu Antenor. -- Você vai fazer isso. É uma palavra sua que eles querem, acho ótimo que se mantenha calada, mas às vezes é preciso abrir exceções. Vai ser muitíssimo bem interpretado.
Ela não respondeu com mais que um aceno. Os empregados os receberam e Sarah não os olhou nos olhos.
-- A senhora Sobral? -- quis saber João, tomando a frente.
-- Que bom que chegaram. Maria Augusta está no meu escritório, com os nervos em frangalhos. Muito prazer, Vicente Vieira -- ele estendeu a mão a Antenor.
-- Lamento por seu genro, senhor. E agora vamos andar logo com isso -- ele se dirigiu ao escritório após a indicação.
-- Quase não acreditei quando minha filha me contou. Advogada? Que tipo de ironia do destino é essa, Sarah ?
Ela removeu os óculos do rosto.
-- A mesma que fez abrirem a porta da frente dessa casa para mim de novo.
Ao ouvir aquilo Antenor parou imediatamente de andar e encarou a advogada, que não lhe dispensou qualquer atenção.
-- Você parece bem -- comentou ele. -- Espero que não seja só aparência.
-- E Marisa? -- perguntou ela, cordialmente.
-- Sedada, em seu quarto. Ela não agüentou depois do que leu nos jornais. Ouça, Maria Augusta jura inocência, por que n-
-- Você é Engenheiro, Vicente. Deixe o Direito conosco. Com licença.
Entravam no escritório quando Antenor se inclinou na direção de Sarah para sussurrar:
-- Vai me explicar direitinho o que foi isso.
-- Tudo a seu tempo, Antenor -- ela olhou em outra direção. -- Senhora Sobral, como está?
-- Como estou? Como acha que estou? -- ela ergueu um exemplar do jornal do dia. -- Aparentemente eu fui condenada já, não fui?
-- Não ouvi o juiz batendo o martelo.
-- E eu jamais concordei em confessar hoje! Doutor Martelli, eu não sei o que dizer. Eu sou inocente, não vou confessar um crime que não cometi -- Maria Augusta tentou controlar as lágrimas.
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O TRIANGULO | SARIETTE | 1 e 2 TEMPORADA
FanfictionSarah, Juliette e Pocah vivem um triângulo amoroso. No final só um casal vive o amor real. É meio confuso ver Sarah com Pocah , mas no fim da certo . Uma adaptação não autorizada do triângulo de sara lecter. Se a autora aparecer e pedir pra tirar f...