Quando Antenor Martelli a mandou chamar em sua sala, no meio da tarde do dia seguinte, Sarah imediatamente concluiu que o assunto era sério.
Desde o dia em que fora interpelá-la sobre a contratação de Juliette como estagiária, seu chefe só falara com a subordinada preferida através de recados transmitidos pelas secretárias.
-- Sente-se, Sarah .
-- Obrigada. Como foi de viagem, Antenor?
-- Então já sabe que cheguei do Rio.
-- Sim.
-- Vamos pegar um caso grande dessa vez.
-- Já vencemos vários desses.
-- Maior que os outros -- ele insistiu. -- Com mídia, com muita gente importante e com muito dinheiro envolvido. E eu quero você a frente dele. Só que para isso você vai precisar fazer algumas viagens, também.
-- Mídia, gente importante e dinheiro envolvido, seria corrupção? Sabe que não é a minha especialidade e-
-- Assassinato.
Sarah refestelou-se na cadeira.
-- Rio de Janeiro, você disse.
-- Quando eu puder lhe dizer exatamente do que se trata você vai entender por que nenhuma firma grande de lá quis assumir o caso.
-- Dinheiro não foi o problema, presumo.
-- Diga-me, Sarah , você leu os jornais de hoje?
Quando ele disse a palavra "hoje" Sarah se lembrou pela primeira vez naquele dia que era o seu aniversário de vinte e oito anos.-- Não li.
-- Eu ia fazer uma pergunta boba, mas me parece lógico que você sabe o que é o Grupo Sobral...
Ela fez uma rápida pesquisa em sua memória, afastando imediatamente os dados que não eram relevantes em uma conversa profissional:-- Telecomunicações e investimentos -- disse.
-- Entre outras coisas. Sim. Milionários.
St se sentiu subitamente desconfortável e se mexeu na cadeira.-- Então... "Assassinato"?
-- O herdeiro.
Antenor observou que o olhar de Sarah vacilou ligeiramente. Mas não conseguiu interpretar aquele fato imediatamente e resolveu continuar o assunto:
-- Pedro Alfonso Sobral Filho. Tiro na têmpora. A arma era dele e estava na sua mão direita, com seu dedo indicador no gatilho.
-- Mas você disse assassinato.
-- Uma tentativa muito chinfrim de simular suicídio que pode agravar o caso.
Sarah estava achando aquilo torturante demais e resolveu fazer a pergunta que martelava seus pensamentos:
-- Quem é o acusado que você quer que eu defenda?
Antenor virou e empurrou uma pasta sobre a mesa, em direção à advogada. Sarah esticou os olhos e com a visão turva, antes de qualquer coisa, leu o que lhe pareceu uma sentença de morte: "Maria Augusta Vieira Sobral".-- A esposa.
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Quando subia pelo elevador de seu prédio, Sarah ainda estava tonta. Passara em uma banca e comprara todos os jornais do dia, planejando preparar uma jarra de café e devorar cada linha de cada periódico. Ao abrir a porta do apartamento, entretanto, viu que seu dia estava ainda mais longe de ser "comum".
-- Surpresa!!!!
Ela não soube o que dizer. Gilberto e Arthur haviam decorado a sala com balões, havia uma mesa com doces e um bolo, a música estava alta e Juliette e Pocah sorriam ao ver sua expressão de completo espanto.
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O TRIANGULO | SARIETTE | 1 e 2 TEMPORADA
FanfictionSarah, Juliette e Pocah vivem um triângulo amoroso. No final só um casal vive o amor real. É meio confuso ver Sarah com Pocah , mas no fim da certo . Uma adaptação não autorizada do triângulo de sara lecter. Se a autora aparecer e pedir pra tirar f...