T2 - Capítulo 06 - Surpresa(s)

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Quando Antenor Martelli a mandou chamar em sua sala, no meio da tarde do dia seguinte, Sarah imediatamente concluiu que o assunto era sério.

Desde o dia em que fora interpelá-la sobre a contratação de Juliette como estagiária, seu chefe só falara com a subordinada preferida através de recados transmitidos pelas secretárias.

-- Sente-se, Sarah .

-- Obrigada. Como foi de viagem, Antenor?

-- Então já sabe que cheguei do Rio.

-- Sim.

-- Vamos pegar um caso grande dessa vez.

-- Já vencemos vários desses.

-- Maior que os outros -- ele insistiu. -- Com mídia, com muita gente importante e com muito dinheiro envolvido. E eu quero você a frente dele. Só que para isso você vai precisar fazer algumas viagens, também.

-- Mídia, gente importante e dinheiro envolvido, seria corrupção? Sabe que não é a minha especialidade e-

-- Assassinato.

Sarah refestelou-se na cadeira.

-- Rio de Janeiro, você disse.

-- Quando eu puder lhe dizer exatamente do que se trata você vai entender por que nenhuma firma grande de lá quis assumir o caso.

-- Dinheiro não foi o problema, presumo.

-- Diga-me, Sarah , você leu os jornais de hoje?
Quando ele disse a palavra "hoje" Sarah se lembrou pela primeira vez naquele dia que era o seu aniversário de vinte e oito anos.

-- Não li.

-- Eu ia fazer uma pergunta boba, mas me parece lógico que você sabe o que é o Grupo Sobral...
Ela fez uma rápida pesquisa em sua memória, afastando imediatamente os dados que não eram relevantes em uma conversa profissional:

-- Telecomunicações e investimentos -- disse.

-- Entre outras coisas. Sim. Milionários.
St se sentiu subitamente desconfortável e se mexeu na cadeira.

-- Então... "Assassinato"?

-- O herdeiro.

Antenor observou que o olhar de Sarah vacilou ligeiramente. Mas não conseguiu interpretar aquele fato imediatamente e resolveu continuar o assunto:

-- Pedro Alfonso Sobral Filho. Tiro na têmpora. A arma era dele e estava na sua mão direita, com seu dedo indicador no gatilho.

-- Mas você disse assassinato.

-- Uma tentativa muito chinfrim de simular suicídio que pode agravar o caso.

Sarah estava achando aquilo torturante demais e resolveu fazer a pergunta que martelava seus pensamentos:

-- Quem é o acusado que você quer que eu defenda?
Antenor virou e empurrou uma pasta sobre a mesa, em direção à advogada. Sarah esticou os olhos e com a visão turva, antes de qualquer coisa, leu o que lhe pareceu uma sentença de morte: "Maria Augusta Vieira Sobral".

-- A esposa.


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Quando subia pelo elevador de seu prédio, Sarah ainda estava tonta. Passara em uma banca e comprara todos os jornais do dia, planejando preparar uma jarra de café e devorar cada linha de cada periódico. Ao abrir a porta do apartamento, entretanto, viu que seu dia estava ainda mais longe de ser "comum".

-- Surpresa!!!!

Ela não soube o que dizer. Gilberto e Arthur haviam decorado a sala com balões, havia uma mesa com doces e um bolo, a música estava alta e Juliette e Pocah sorriam ao ver sua expressão de completo espanto.

O TRIANGULO | SARIETTE | 1 e 2 TEMPORADA Onde histórias criam vida. Descubra agora