Temp. 1 - Capítulo 13; Dúvidas

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Beatriz estava tonta com o fluxo e o número de pessoas no terminal do Tietê. Apanhou sua mala e experimentou aquela sensação tão gostosa de interrogar todos os rostos a procura daquele que faria seu coração bater mais forte.

Juliette estava lá e estava linda. Sem qualquer combinação, correram para os braços uma da outra e trocaram um abraço apertado, beijos no rosto, mais um abraço, mais beijos e simplesmente não conseguiam se largar.

Beatriz foi arrastada pela mão da morena e elas tomaram um táxi.

– Como foi a viagem?

– Legal. Mas não terminava nunca – disse Beatriz, corando ao ver que Juliette largara sua bolsa sobre o colo das duas e apanhara sua mão. – E a sua aula?

– Não fui.

– Mas-

– Não conseguiria prestar atenção em nada sabendo que você estava para chegar. Dormi um pouquinho mais, arrumei o apê, fiz umas compras pra gente.

– Você sabe que não precisa de nada disso.

– Queria deixar tudo perfeito.

Trocaram um sorriso que logo se metamorfoseou em um olhar intenso. Olhos nos olhos, olhos nos lábios, olhos nos olhos de novo. Beatriz corou e encarou a janela.

Era tão fácil ser romântica com sua melhor amiga pelo WhatsApp , mas ela nunca o fora pessoalmente.

E se Juliette quisesse beijá-la em público? Beatriz não queria virar o rosto, doeria dizer que não, negar, fugir, mas tinha certeza de que era isso que faria, por isso ela sorriu aliviada quando chegaram ao prédio.

– E' aqui?

– Uhum. Vem!

Subiram as escadas e Juliette ficou balançando o molho de chaves que tirara da bolsa.

Por uma razão que não compreendeu lembrou que fora Pocah quem a emprestara a chave do portão da frente para que fizesse uma cópia. Olhou para a porta da amiga que permanecia fechada e se perguntou o que ela estaria fazendo.

Sem que sua hesitação fosse percebida, abriu a porta de casa e depois de um suspiro, conduziu Beatriz para dentro do apartamento:

"Seja bem vinda ao nosso lar.

Um novo olhar intenso. Beatriz empurrou a porta sem força e ela fechou devagar.

Juliette ficou esperando, em pé, de frente para ela, e tocou seu rosto assim que Beatriz se aproximou, tomando-a pela cintura.

Inclinaram ligeiramente suas faces, fecharam os olhos, tentaram parecer calmas, embora ambas estivessem quase enlouquecendo e quando os lábios se tocaram mutuamente, suspiraram ao mesmo tempo, involuntariamente.

Como fizera da primeira vez, Beatriz forçou seu corpo contra o de Juliette e a obrigou a dar alguns passos para trás, até que suas costas se chocassem contra a parede.

Assim, Beatriz prendeu-a e libertou suas mãos, que migraram da cintura de Juliette para os seus ombros, depois seu rosto e por fim voltaram ao abdome, detendo-se em carícias afoitas.

– Espera, Ju .

Beatriz quebrou o contato.

– Que foi? – perguntou a outra, confusa.

Não estava dando certo e Juliette também tinha sentido aquilo. O beijo delas deveria ser mágico, e no final das contas a garota só sentiu mesmo gosto de saliva. Estavam nervosas demais.

– Nada, é só...

Sorriram. Tentaram de novo, e da segunda vez foi tudo mais tranqüilo, ainda que Juliette não tivesse se sentido no céu mais uma vez, como se sentira com o primeiro beijo.

O TRIANGULO | SARIETTE | 1 e 2 TEMPORADA Onde histórias criam vida. Descubra agora