O TRIANGULO | SARIETTE | 1 e 2 TEMPORADA

T1 - Capitulo 28 - Caso Encerrado?

"Hoje é o dia de começar tudo de novo". Foi essa frase a primeira coisa que veio à mente de Sarah quando ela acordou. Olhou rapidamente para o relógio em sua cabeceira, evitando se mexer muito.

Em instantes a porta do seu quarto se abriria, e como ela não tinha conseguido fazer Juliette soltar sua língua, julgou que uma imagem poderia ser melhor do que qualquer discurso.

Ouviu a campainha e lembrou de como fora perspicaz ao avisar que o apartamento estaria aberto. Foi ouvindo os passos, fechando os olhos devagar, respirando calmamente, despedindo-se talvez de algo que ela sabia que mudaria para sempre...

-- Sarah , que história é essa de mandar uma mensagem e-

Pocah parou de falar, completamente chocada.

Silvia mexeu-se na cama, desperta pela voz da namorada, mas ainda sem completo domínio de onde estava e do que poderia estar acontecendo.

-- Silvia?!

E então ela acordou de verdade. Olhou para Sarah , nua como ela, ao seu lado, apenas coberta pelo lençol, evitando encarar os olhos de Pocah , dos quais se poderia ver, analisando de perto, algumas faíscas saindo.

-- Pocah ... Aaam... Meu amor, eu-

-- Vai dizer que foi chantageada de novo?!

-- Bom dia para as duas -- Sarah finalmente abriu os olhos, apanhou seu robe ao lado da cama e começou a se levantar.

-- Você é tão baixa... -- comentou Pocah , querendo que Sarah olhasse para si, mas sem obter sucesso.

-- Que eu não valho nada todo mundo já sabia -- comentou sem demonstrar emoção alguma na voz. -- Pelo menos agora você sabe que eu não sou a única.

-- Peraí, foi uma armadilha dela, Pocah , foi... Foi...

Silvia tentou argumentar, mas viu no olhar da namorada que era tarde demais, que nada poderia mudar aquilo, que nada poderia ser mais forte do que a cena que ela tinha acabado de presenciar.

-- Vá embora daqui, eu nunca mais quero te ver na minha frente! -- disse Pocah .

Com Sarah no banheiro, Silvia começou a se vestir ali mesmo, rapidamente, sem olhar para Pocah , que encarava a janela, contendo as lágrimas.

-- Pocah , eu-

-- Nem mais uma palavra.

Sarah não esperava encontrar Pocah ainda em seu quarto quando deixou o banheiro, quinze minutos depois. Havia julgado, pelo silêncio, que ela saíra com Silvia e que as duas haviam seguido a discussão no corredor.

Pela primeira vez em muito tempo os seus olhos se encontraram de novo, e só ali, vendo as lágrimas dela, foi que ela teve a exata dimensão do quanto sentira a sua falta.

-- Todos sabiam, não é? Eu fui a única bocó que acreditou na historinha dela.

-- Não os culpe, só existe uma vilã nessa história e sou eu -- disse Sarah .

-- EU TE ODEIO, SARAH ! -- Pocah notou que era inútil conter seu choro soluçante. -- Eu te odeio tanto que você nem pode imaginar como é sentir algo tão forte!

Ela nada respondeu.

-- Precisava ser desse jeito? Não havia uma maneira melhor de me contar a verdade?

-- Mais amena, talvez, mas nenhuma que fosse tão sincera.

-- E desde quando você é sincera, Sarah Andrade ?

Mais uma vez ela não respondeu. Pocah fez menção de deixar o quarto, mas voltou rapidamente. Sarah não mexera um músculo enquanto ela o fizera.

-- Você partiu meu coração -- disse, friamente.