Juliette percebeu que alguma coisa estava errada na Martelli apenas por observar o comportamento de João. Tivera duas aulas exaustivas pela manhã e tinha muita carga de leitura para o dia seguinte, mas não queria começar a fazer coisas da faculdade durante o expediente por medo de ser pega. Não poderia vacilar depois da chance que recebera.
Antenor demonstrou não estar nada satisfeito com a convocação para uma reunião de emergência e resolveu chamar uma das secretárias para que lhe providenciasse um café.
-- Qual é o problema, Sarah ?
Ela suspirou pesadamente antes de responder:
-- Lamento, Antenor, não vou pegar o caso.
-- Que caso?
-- Vieira Sobral -- ela disse, fingindo que aquele sobrenome não mexia com os seus nervos.
-- E você pode me dar um motivo? -- ele estava furioso. -- Sarah , você nunca recusou um caso, quanto menos algum que eu tivesse designado pessoalmente a você. É o caso do ano, talvez da década, e você é a melhor advogada que tenho.
-- Orgulho-me da confiança que deposita em mim, Antenor, e para continuar merecendo, recuso o caso.
Ele sorveu seu café, refletindo.
-- Não é uma causa totalmente perdida.
-- Talvez não seja mesmo -- comentou Sarah .
-- Sei o que está pensando. É um caso difícil, quase óbvio, e todos estão contra a nossa cliente. Você está com medo, Sarah .
-- Não, eu não estou. Não seria meu primeiro caso complicado.
-- Então por que isso agora?
-- Antenor, eu não posso. Lembra-se de quando salientou que não sou de pedir favores? Pois bem, agora eu estou pedindo, em nome do que temos. Deixe-me fora desse caso.
-- Não.
Sarah desalinhou seus cabelos longos com a mão e tentou manter a calma, embora encontrasse cada vez mais dificuldade em fazê-lo.
-- Nossa cliente está vindo para São Paulo, eu adiantei as coisas no primeiro dia e consegui um habeas corpus -- disse Antenor.
-- Como?
-- Ela não resistiu à prisão, tem ficha limpa na polícia, endereço conhecido, vai informar todos os seus passos aqui em São Paulo e... Bem, usei de um velho artifício.
Sarah o interrogou apenas com o olhar.
-- O filho. O casal tem um filho de quatro anos, não sei se você sabe.
-- Ela já confessou?
-- Você não leu a pasta que eu te dei, Sarah ?
-- Li, Antenor. Quero saber se ela confessou pra você.
-- A viúva jura inocência.
-- Típico -- disse ela, com desdém.
-- Ela é convincente e isso vai te ajudar -- prosseguiu ele. -- Sinceramente, se eu não soubesse que isso pouco importa para nós, teria acreditado nela.
-- Mas ela não tem álibi.
-- Bem lembrado -- ele fez uma pausa. -- Bem, Sarah , informei ao juiz o endereço dela aqui, para ganhar a sua confiança. A casa será vigiada durante o processo, não pela polícia, mas pela imprensa, é claro. Pode ser bom ou pode ser ruim para nós, dependendo de como você souber levá-los. Vai notar que o endereço é o da sua casa em Osasco, o pessoal do RH me passou. Ela chega em meia hora então eu sugiro que você parta para Congonhas agora mesmo.
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O TRIANGULO | SARIETTE | 1 e 2 TEMPORADA
FanficSarah, Juliette e Pocah vivem um triângulo amoroso. No final só um casal vive o amor real. É meio confuso ver Sarah com Pocah , mas no fim da certo . Uma adaptação não autorizada do triângulo de sara lecter. Se a autora aparecer e pedir pra tirar f...