LOVE POTION || HyunChan

✨Capítulo 11✨

Yeonjun saiu cedo de casa e nem ao menos falou onde iria naquela manhã. Hyunjin era curioso, mas em sua cabeça só se passava uma forma de encontrar qualquer outra essência.

A de Chan seria perfeita, mas toda vez que se aproximava demais, algo ruim acontecia.

E olha que ele não conseguia se lembrar – ainda – do que havia acontecido com ele no dia da boate. Suas memórias apareciam e iam, o que o deixava irritado quase a todo momento.

Por isso acabou saindo um pouco com Kkami para ver se sua cabeça raciocinava um pouco.

── Apenas olhando para você, sei que é muito mais do que você não vê. E eu não sou a prova que você precisa para enxergar isso. Desde que você descubra o que você quer, quem sabe não me inspire a ser quem eu deveria ser?

E aquela voz não saia da sua cabeça por nada. Em si, não sabia o que significava – as provas que sua mãe faziam não eram tão difíceis quanto aquilo – mas pelo simples fato de não saber quem havia falado, mesmo lhe causando aquela sensação de conforto, deixava-o ainda mais tenso com aquilo tudo.

Fazia dias que havia chegado naquela cidade... e nada dele conseguir o que queria.

Quem sabe ele não deveria tentar com alguém diferente? O outro compositor parecia ter uma essência relativamente boa, além do anão marombado que encontrou na academia não ser de se jogar fora.

── Kkami, o que eu faço? ── olha para o cão que caminhava ao seu lado ── Eu insisti tanto para conseguir as coisas do meu jeito, mas só me causou dor de cabeça e estresse...

Kkami apenas seguia acompanhando.
Talvez estivesse esperando respostas da pessoa errada...

E nem ao menos queria pedir opinião a sua mãe. De toda família, ela sempre foi a Hwang mais rígida – muito mais do que a mãe de Yeonjun, que era um amor de pessoa – e sempre prezou pelos poderes de toda a família.

── Nossa geração diminui a cada década ── ela vive dizendo ── Se não fizermos nada para preservar, iremos sumir sem ao menos deixar um legado descente.

Quando era menor, admirava ela mais do que todos, sendo o filho obediente que ela sempre desejou e sonhou. Talvez fosse por isso que Hyunjin fosse tão duro consigo mesmo... nem ao menos se imaginava fracassando em algo.
E por quê aquilo acabou vindo em sua cabeça? Nunca havia pensando naquilo pois parecia querer apenas engolir e aceitar.

Mas por algum motivo, apenas pensou.

Talvez o tempo na cidade, de fato, estivesse mexendo com sua cabeça.

Kkami parecia animado com alguma coisa e a medida que o Hwang dava um passo, ele aumentava a velocidade até aquele estado quebrar e ele, finalmente, sair correndo pelo parque latindo com alguma coisa.

── Kkami! Volte aqui!

Hyunjin correu atrás do cão pelo simples fato de não querer gastar o resto da sua magia apenas para prender algo que parecia tão simples. As pessoas olhavam enquanto Hyunjin corria atrás dele e apenas comentavam, Hyunjin pouco se importando.

Ele só queria saber o problema do seu cachorro sair daquele jeito.

Correu quase todo o parque e notou o pequeno se esconder em um arbusto não tão longe dali, pulando dentro como se fosse pular em uma piscina. Precisou parar por um tempo para tomar fôlego, e, ao ir até o arbusto e procurar o pequeno, acabou se deparando, não com um, mas com dois cães brincando por ali.

Kkami havia sentindo o cheiro dela.

Afinal, era sua amiga.

── Berry? ── reconheceu na hora ── O que você faz aqui?

── Hyunjin?

Sentiu seu corpo arrepiar ao escutar aquela voz tão perto de si, virando o rosto e confirmando ser o compositor que tentava esquecer. Chris parecia surpreso, mas ainda mais ao ver sua cachorrinha ali dentro, brincando com Kkami e ignorando a presença deles.

── Parece que a minha não foi a única a fugir de mim... ── cruza os braços.

── Ela também saiu correndo? ── fala e acaba deixando Kkami brincar um pouco.

Já que ele estava ali, o que mais poderia fazer?

── Ela estava animada desde que chegamos, então acho que foi por causa do Kkami ── acaba esclarecendo ── Você está bem? Não o vejo desde que fugiu da minha casa.

── Eu não queria acordar você, por isso apenas saí de lá ── mexe no pescoço ── Eu sinto muito por aquilo, não deveria ter... bebido daquele jeito.

── Não é o primeiro amigo de quem tomo conta bêbado, ao menos você dormiu tranquilo ── sorri fraco ── Jisung e Changbin competem quando o assunto é me dar dor de cabeça quando saímos juntos.

── Jura? Então eu fico mais aliviado ── fala, torcendo para Kkami parar de graça e irem embora ── Você... veio passar um tempo com a Berry e o Kkami meio que a roubou de você ── ri, tentando deixar o clima melhor entre eles, mas com um único intuito: sair dali ── Eu acho melhor apenas ir com ele, tenho... trabalho por hoje.

Hyunjin ainda era um jornalista. Não podia esquecer.

── Então, está tudo bem com você?

── Sim... ── onde ele queria chegar com aquilo ── Desculpa, é impressão minha ou você quer me falar alguma coisa?

── Eu? N-Não, eu só queria saber, sei lá, não gostaria de sair qualquer dia desses? Você comentou que se mudou um dia desses, eu só queria mostrar essa parte da cidade... Se não tomar cuidado, pode acabar se perdendo.

── Eu... disse?

── Ou estou enganado?

O pior... é que Hyunjin não se lembrava mesmo.

Só preferiu seguir o roteiro.

── Não está, só surpreso por, sei lá, você ter se lembrado ── por quê seu rosto queimava tanto? ── Nossa, eu ia adorar.

── Eu estou disponível a qualquer horário, você me liga e me diz qual dia ficar melhor para você.

── Eu ligo sim! ── ele tinha que aprender a controlar suas emoções. Acabou saindo empolgado demais.

E ele acabou fazendo Chris rir.

Só por precaução, deu uma olhada na essência do compositor, mas estava do mesmo jeito.

Então, o que havia mudado para Chris querer aquilo?

── Berry, está na hora de ir ── assobia e a parceira acaba pulando para ir com ele. Pega a cachorrinha no colo e sorri antes de ir embora ── Nos vemos por aí então...

Berry latiu para se despedir deles – igual a Kkami – enquanto Hyunjin tentava entender como sua vida mudou de oito para oitenta tão rápido daquele jeito! Chris nem ao menos fazia questão de falar ou ficar com ele... agora havia chamado o mesmo para dar uma volta na cidade.

Algo tinha acontecido para ele ter mudado daquele jeito.

E, o que quer que tenha sido, acabou vindo em uma boa hora.