Maldito Jogador

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Boa tarde pessoal, bem vindos a mais um capítulo :3

Boa leitura S2



"Já vi furações maiores que seus olhos

Mas nenhum deles me consumiu

como você"

O fim em doses homeopáticas

Textos cruéis demais

Igor Pires da Silva



Eram 4:30 da manhã quando meu despertador tocou, avisando que estava na hora de começar o dia e a semana. Fui ao banheiro e passei uma água no rosto para acordar de vez. Tentei arrumar meus cabelos naturalmente bagunçados e vesti minha roupa de treino, dando uma olhada na minha garotinha, que dormia tranquilamente agarrada na pelúcia de águia.

Sorri, não deixando de ficar impressionado com o quanto ela havia crescido. Num dia era apenas um bebezinho que mal aparecia nos meus braços, agora já era uma menina, que dizia "Deixa que eu me visto sozinha, papai". O tempo corria e meu maior medo era não aproveitar direito essa fase.

Passei pela cozinha fazendo um pequeno lanche pré-treino. Peguei uma garrafa de água e desci até o térreo, já encontrando alguns moradores fazendo seus exercícios. A maioria dos meus vizinhos - não que eu os conhecesse intimamente - trabalhavam cedo, tinham filhos e tudo mais, portanto sempre vinham durante essas horas para a academia.

Normalmente eu não puxava papo com nenhum deles, botava os fones e fazia meus exercícios em silêncio, vez ou outra murmurando as músicas, mas de modo que não atrapalhava ninguém. Quando o relógio batia às 6:00 horas, subia novamente para o 8° andar, onde eu morava.

Comecei tomando um banho e vestindo uma roupa confortável, já que limparia a casa antes de levar Emma para a escola. Já deixei minha bolsa de balé pronta com minhas sapatilhas e roupas extras em cima do sofá. Depois programei o robô aspirador, para ele ir limpando o chão, enquanto eu juntava as roupas e colocava elas para lavar.

Recolhi as secas, dobrando ou colocando nos cabides, já guardando no closet. Deixei as da minha filha em cima da cama, depois as guardaria nos devidos lugares. Me preocupei em deixar o café pronto para Emma, fazendo panquecas com mel, frutas e um copo de iogurte de morango.

Já era 7:15 quando Emma desceu para o primeiro andar, ainda vestida com seu pijama da Sailor Moon, ela apenas subiu na banqueta, passando a comer enquanto eu também comia meu café, dessa vez mais elaborado, com um sanduíche natural de ovo mexido e uma xícara de café puro sem açúcar.

— Tem algo planejado para a escola hoje? — perguntei, acariciando as madeixas sedosas com cheirinho de camomila.

— O de sempre, papai... — seus olhinhos brilhavam enquanto ela bebia o conteúdo do copo. Nunca vi alguém tão apaixonada por iogurte — Suga-sensei passou uma atividade com números para fazer em casa — desceu com um pulo, pegando sua randoseru¹ e abrindo, trazendo uma pasta amarela clara até mim.

Não costumava encher minha filha com coisas rosas e glitter. Preferia seguir uma linha mais neutra, de modo que ela não fizesse distinção entre cores, do mesmo modo que fui criado pelos meus pais adotivos. Até então estava orgulhoso de como Emma me via como figura de confiança, não me tratando como uma autoridade dentro de casa, mas como um amigo.

The art of eyes contactOnde histórias criam vida. Descubra agora