Abusar da sorte

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Boa noite pessoal! Bem vindos a mais um capítulo dessa belezinha S2

Boa leitura e se preparem para muitas doses de boiolice :3





"You have dreamy eyes.

I see the stars in them"

Michael Bliss


Estar na companhia de Hinata naquela tarde foi algo muito positivo para a relação que estávamos formando. Confesso que estou um pouco surpreso com a velocidade que tudo parece estar se montando e meu coração não para de me mandar sinais de alerta sobre as investidas dele.

Tive apenas dois relacionamentos relativamente longos durante os meus 27 anos. Um no colegial, que não durou mais do que um ano, já que a garota vivia reclamando que eu dava mais atenção a uma bola amarela e azul, do que a ela. Anos depois, tive um rápido namoro com um rapaz italiano durante meu contrato com o Ali Roma. Não foi nada significativo, nem realmente extraordinário, era algo mais de amizade colorida do que realmente uma união. Depois, apenas ficantes de noite, alguém de uma festa ou que eu achei interessante, nada mais que isso.

Com nenhum eu senti toda aquela montanha russa de sentimentos que me assola quando via Shoyo. Meu coração batia desenfreado, minha mão suava e eu precisava de muito autocontrole para não gaguejar e estragar nossas conversas com meu nervosismo. Me via encantado por suas histórias, mesmo que elas fossem coisas bobinhas de pai e filha, mas que me deixavam extremamente encantado com a relação bonita deles.

Ele era um pai extremamente cuidadoso e até mesmo "liberal", via isso pela forma com que ele conversava com a filha, não repreendendo, mas aconselhando. Era notável o quão forte era a ligação deles, porque Emma via o pai como uma espécie de melhor amigo. Hinata também se esforçava para entender as coisas pelo ponto de vista infantilizado da pequena, porque ela era uma criança e não tinha aquela malícia dos adultos.

Mais pelo fim da tarde, consegui jogar um pouco de vôlei com as crianças, percebendo que Emma tinha tato para o esporte. Só um pouco de treino e disciplina e teríamos uma jogadora excelente, seja como líbero ou atacante. Ela tinha visão ampla das jogadas e um instinto apurado, embora ainda cru. Meu sobrinho também tinha as mesmas qualidades, porém era um pouco inseguro com suas jogadas. Nada que não pudesse ser trabalhado e lapidado.

Não consegui trocar muitos beijos com ele porque nós dois tínhamos um pouco de receio de sermos pegos por fotógrafos inconvenientes. Sempre me batia a vontade de mergulhar nos seus lábios e me perder naquele gosto açucarado do suco de melancia em sua boca, mas Shoyo se afastava um pouco ou empurrava meu peito, sussurrando que "não agora Kageyama, estamos muito expostos". Já estava a ponto de agarrar sua mão e o puxar para trás de umas das estruturas do parque, aproveitando que as crianças pareciam entretidas em fazer uma esfinge com areia, mas fui barrado, pois meu celular começou a tocar com uma chamada de Ushijima.

Estranhei, pois ele pouco me ligava, exceto quando fosse um assunto urgente sobre o time ou quando sentia que nossos laços de amizade estavam frágeis, como ele costumava dizer. Não que eu concordasse com aquilo.

Pedi desculpas por interrompê-lo e logo atendi.

Tobio... acredito que você tenha que ver algo — senti o celular vibrar, provavelmente ele havia me enviado algo — Desculpe por estragar seu encontro — confesso que não entendi essa última parte. Apenas agradeci e desliguei, abrindo o chat com o jogador.

The art of eyes contactOnde histórias criam vida. Descubra agora