I'm having your baby, it's none of your business

capítulo 15

Os dias que antecederam a ida dos três para Londres foram de muita ansiedade para Louis e Harry, mas por motivos diferentes. O cantor estava animado para reencontrar seus cachorros e mostrar tudo por lá para seus visitantes, queria que eles amassem o lugar e se sentissem em casa.

O cacheado, por outro lado, não tinha certeza se aquela era a melhor das ideias. Ele sabia que ver a vida que o ex-namorado construiu para si ia fazê-lo lembrar de porque eles não eram bons um para o outro, mas se forçou a parecer calmo externamente.

Olívia adorou a notícia, ela só falava disso desde que soube, e isso para ele era mais importante que qualquer desconforto que pudesse sentir. Era só o que ele vinha fazendo durante seis anos, colocando a felicidade da filha antes de qualquer coisa.

Na noite anterior ao dia marcado para partirem, ele estava colocando ela na cama sozinho já que Louis ficou preso resolvendo coisas de última hora sobre a viagem e a estadia de todos.

– Mamãe, você já foi em Londres? - Ollie perguntou quando já estava empacotada e pronta para dormir.

– Uma vez - contou com um sorriso nostálgico e levemente triste no rosto - Mas só fiquei algumas horas, então não sei se conta.

– Você acha que eu vou gostar?

– Acho que sim, amor - respondeu alisando seus cabelinhos - Seu pai vai ter certeza de que você se divirta por lá.

– Ele me contou que tem dois cachorrinhos e que vai me levar para ver uma roda gigante enorme - falou empolgada.

– Parece incrível! - Harry exclamou como se estivesse tão impressionado quanto ela.

– Nós vamos morar lá com ele? - perguntou e fez o cacheado engasgar com a própria saliva.

Eles nunca falaram sobre aquilo e ele não sabia de onde ela tinha tirado aquela ideia, mas achou melhor desfazer essa impressão logo de cara.

– Amor, por quê você acha isso? - quis saber com calma.

– Papais e mamães moram juntos - deu de ombros - Nós somos uma família agora, não é?

– Ollie, papais e mamães moram juntos quando tem um relacionamento - explicou com cuidado - Eu e seu pai somos amigos e te amamos muito, mas não estamos juntos, entende?

– Então não vamos morar com ele? - perguntou tristonha.

– Não - falou suspirando - Mas vocês vão se ver sempre.

– E se ele passar mais um tempão sem vir me visitar?

– Seu pai não apareceu antes porque ele não sabia que você existia, meu amor - ele a tranquilizou - A situação agora é diferente. Ele te ama e vai passar todo o tempo possível com você.

– Jura?

– Juro - confirmou - Agora você precisa dormir, temos um dia cheio amanhã.

– Boa noite, mamãe - disse sonolenta enquanto fechava os olhinhos - Amo você até a lua.

– E eu te amo todo o caminho voltando - ele respondeu antes de deixar um beijo carinhoso na testa da menina adormecida.

Quando fechou a porta do quarto, se permitiu respirar fundo e realmente pensar sobre a conversa que tinha acabado de ter. Nunca precisou lidar com as expectativas de Ollie sobre algo tão grande e não queria que ela tivesse sonhos que seriam frustrados pela realidade em que viviam.

A conclusão dela era na verdade muito lógica, os pais da maioria dos seus amiguinhos realmente moravam juntos, então faria sentido que eles fossem assim também. O problema é que a dinâmica daquela família era diferente, para dizer o mínimo.

De novo, a preocupação sobre os sentimentos da sua menininha quando Louis inevitavelmente fosse embora encheu seu coração. Como impediria sua tristeza? Precisava garantir que ela não se sentisse abandonada, mesmo com a distância.

Com um suspiro frustrado, pegou seu celular e ligou para uma pessoa que sabia que o entenderia e o apoiaria incondicionalmente, como sempre fez.

– Ei, maninho - Gemma disse quando atendeu o telefonema - Está tarde, aconteceu alguma coisa?

– A Ollie me perguntou se vamos morar com o Louis em Londres - contou de uma vez - Ela disse que mamães e papais moram juntos.

– E o que você respondeu?

– Que alguns casos são diferentes e o nosso é um deles. Depois ela me disse que tinha medo de que ele não aparecesse para visitar por muito tempo e eu prometi que não aconteceria, mas não sei se a tranquilizei de verdade.

– Você sabe que a culpa disso é sua, não é? - perguntou com suavidade - Ela tem esse medo porque não conviveu com ele durante todos esses anos.

– Eu estou ciente, mas obrigado por me avisar - falou revirando os olhos - O que eu faço agora? Traumatizei minha filha e não sei como mudar isso.

– Não se preocupe, ela vai ver que está tudo bem quando ele não for embora - opinou com cuidado - Lógico que no começo vai ser difícil, ela se acostumou com a presença dele, mas as coisas vão se arrumar com o tempo.

– Você acha mesmo?

– Eu tenho minhas dúvidas sobre o Louis, você sabe disso, mas ele se ilumina quando está com a Ollie. Por mais que eu não goste do que ele fez com você, tenho que admitir que ele é um pai incrível e não acho que ele vá mudar de um dia para o outro.

– É, você tem razão - concordou com o coração mais leve - A viagem vai ser boa para ela, talvez a dê um senso de segurança vendo que tem espaço na vida dele longe daqui.

– E para você?

– Como assim?

– A viagem vai ser boa para você? - esclareceu pegando o cacheado de surpresa.

– Isso não é sobre mim - negou rapidamente - É sobre a Ollie, se ela está feliz então eu também estou.

– É um pensamento bonito, mas não é verdadeiro - insistiu - Eu lembro da última vez que você foi para Londres e não foi uma experiência agradável. Vamos lá, Hazz, fale comigo!

– É intimidador ver o novo mundo que ele criou para si mesmo - confessou finalmente - Aqui eu ainda sinto que somos as mesmas pessoas, mesmo que muito tenha mudado, mas lá ele é realmente Louis Tomlinson, um astro mundial. Acho que talvez seja o que eu preciso para me lembrar exatamente do que estamos fazendo aqui, minha cabeça tem começado a pregar peças.

– Você está se apaixonando novamente? - perguntou preocupada.

– Em algum momento eu não estive apaixonado? - devolveu a pergunta de modo retórico - Eu demorei para admitir para mim mesmo que passei todos esses anos o guardando em um lugar bem fundo do meu coração, com medo de deixá-lo sair, mas a nossa convivência constante tem enfraquecido minhas defesas e isso não é bom.

– Hazz...

– Eu sei - a interrompeu porque realmente sabia - Não é mais desse jeito, ele seguiu com a vida dele e está tudo bem. Se eu for sincero, não sei se o que ainda sinto é maior do que as lembranças ruins que carrego desde o nosso término. Minha cabeça está uma bagunça, Gemma, e eu espero que essa viagem ajude a colocá-la no lugar.

– Eu também espero - falou sincera - E seja qual for sua conclusão, saiba que eu sempre estarei aqui.

– Eu sei - disse sorrindo mesmo que ela não pudesse ver - Acho que vou dormir, tenho que levantar cedo amanhã.

– Bons sonhos, irmãozinho. Me avise antes de embarcar e quando chegar lá também, por favor.

– Pode deixar - prometeu antes de se despedir e desligar o telefone.

Ele não sabia o que os próximos dias prometiam, mas sentia que seriam importantes. De um jeito ou de outro, em algumas horas se veria novamente na cidade que lhe roubou o amor da sua vida. Só esperava que fosse um reencontro feliz.