Sessão 15 - Ele

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Depois que as câmeras de segurança estavam perfeitamente instaladas só me restava esperar... Quando algo incomum acontecesse eu poderia checar as gravações. Tinha uma em cada cômodo da casa e algumas outras espalhadas pelo quintal, gastei uma grana!
Naquele domingo eu estava sozinha em casa, tinha visitado minha mãe pela manhã e almoçado com a Dora. Organizava as pastas de documentos do meu computador quando meu celular vibrou.
Um SMS.
"Está brincando comigo?"
Era aquele número, aquele estranho. O que eu deveria responder? E... devo mesmo responder, ou será melhor procurar a polícia? Se eu respondesse talvez conseguisse descobrir quem é ele afinal.
Talvez.
"Por favor, queira se identificar."
"Dolores, Dolores, Dolores... Pensei que sabia quem eu sou."
"Não, não sei. E como saberia?"
"Pergunte ao Bob."
Olhei para a cama e lá estava o meu gato dormindo em cima de uma blusa amarrotada.
"Não entendi, seja mais direto, por favor."
"Pergunte ao Bob."
Olhei novamente para o Bob.
Perai... Como ele conhece o Bob?
"Não te conheço, e já que você não pretende se identificar não responderei mais."
"Como queira, madame."
Larguei o celular e fui tomar um banho bem quente para tentar esquecer tudo isso nem que fosse por 5 minutos. Quem seria ele? O que queria? Tantas dúvidas rondavam pela minha cabeça que eu achava que iria explodir. Vesti meu pijama e fui para o meu quarto tentar voltar ao que estava fazendo. Eu sempre deixo minhas coisas tão organizadas no computador, mas essa semana eu estive tão ocupada que nem me dei o trabalho de manter a organização. Tive que instalar o sistema das câmeras e aprender a usá-lo. Terminei antes das 8 da noite e desci para tomar um café. Eu adoro café a noite, é bom para tirar o gosto de creme dental da boca. Coloquei água na cafeteira e fiquei ali parada observando gota por gota. Quando me cansei desse tedioso passatempo peguei meu celular e reli as mensagens do estranho. Eu tentava decifrar algo, algo que me levasse a lembrar quem ele era, qualquer coisa. Mas não conseguia, eu não o conhecia. Estava colocando o café na xícara quando ouvi novamente o culpado por tudo isso ter começado, aquele grito agudo e ensurdecedor. Eu cobri os ouvidos com as mãos e me abaixei, o grito não perdia a força, e o pior, ele estava muito mais próximo dessa vez. Corri até meu quarto, puxei o notebook para o chão e acessei o sistema de câmeras. Antes que a primeira câmera pudesse ser conectada o grito parou, era como se nada tivesse acontecido. A primeira câmera abriu, cozinha, normal, depois sala, banheiro, quarto, normal. Câmera do quintal, meu coração gelou, o meu portão se abria lentamente, e para minha surpresa, se fechava, sozinho.

A loucaOnde histórias criam vida. Descubra agora