Sessão 36 - Demônio

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Olá, Sr Terapeuta.
Como foi o seu final de semana? Ah, que bom. O meu foi péssimo. Eu a vi novamente. A Rose. Ela estava fazendo compras no supermercado perto da minha casa, não sei o motivo dela atravessar a cidade inteira só pra compra meia dúzia de alimentos, mas... Lá estava ela. Segurei minha cesta, levantei o rosto e passaria sem falar com ela se não fosse por um detalhe, ela estava chorando. O rosto dela estava vermelho e muito inchado, e ela chorava baixinho como se não quisesse que alguém percebesse. Mas era impossível não perceber que alguma coisa estava errada com aquela mulher. Eu já tinha passado por ela quando parei, virei e:
-Rose?
Ela se assustou com a minha aproximação, deixou o pacote de Maizena cair no chão e depois de se abaixar para pegar disse:
-Ele foi embora. Por sua culpa!
Ela segurava o meu braço com força, e olhava dentro dos meus olhos.
-Você é maluca, Dolores. Nenhuma terapia vai te ajudar.
Eu fiquei parada, encarando a Rose e tentando digerir o que estava acontecendo.
-Eu não sou louca e você sabe disso. Eu te odeio Rose, odeio mais que tudo nesse mundo. Eu poderia te matar agora, com as minhas próprias mãos e não me arrependeria por isso.
-Deus do céu! Você se transformou no próprio demônio, garota.
Depois de dizer isso, ela foi embora.
Eu não sou um demônio, Sr Terapeuta, eu estou me tratando. Eles que fizeram todo esse mal pra minha vida, não foi?

A loucaOnde histórias criam vida. Descubra agora