Aron Collins
— Vamos lá Aron, você vai se atrasar.
Maria dizia pela terceira vez só essa manhã, a questão é que ontem a noite foi... Agitada.
Perder o horário era algo normal para mim, até porque cada vez que acontecia meu pai ficava puto.— Já vou.
Falei assim que ouvi o silêncio que significava paz momentânea.
Peguei a porcaria do uniforme escolar e fui em direção ao banheiro, tomando um banho demorado e relaxante, deixando a água levar toda a tensão muscular e todo o extresse que eu acumulei nós últimos dias.— Bom dia Maria.
falei assim que entrei na cozinha. Deixando um beijo na sua bochecha e sacudindo a cabeça em seguida.
— Bom dia garoto, já te falei para secar esse cabelo, depois pega um resfriado e vai dizer que eu não avisei.
Ela me dava o primeiro mini sermão da manhã
— O vento seca.
Falei pegando uma maçã na mesa, e dando uma grande mordida.
— Não vai tomar café? Seu pai já foi.
— Não estou com fome, mais valeu. Beijos tenho que ir.
Peguei a mochila no sofá, e fui em direção a garagem, entrando no meu carro e partindo em direção a escola.
Faço o terceiro ano do ensino médio, com dezenove anos. Acabei perdendo um ano quando a tragédia aconteceu, e desde então estou sempre um ano atrasado.
Estacionei na minha vaga, peguei a mochila no banco do passageiro a pondo sobre um dos ombros, e sai batendo a porta e trancando o carro em seguida.
— Fala Collins, como vai? Pedro, um dos meus "amigos" perguntou assim que eu entrei no pátio.
— Tudo tranquilo, e você?
Perguntei, não que eu quisesse realmente saber, apenas educação.— Tô de boa, e a festa ontem... Rendeu?
Ele perguntou, e eu entendi a que ele se referia, apesar de ter dito que a festa foi agitada, não aconteceu nada demais, apenas enchi a cara, não teve drogas, nem garotas, apenas um adolescente solitário, aproveitando o que lhe resta da adolescência.
— Nem, bebi um pouco apenas.
Fui curto.— Aroon.
Torci o rosto assim que ouvi a voz da Fernanda.— Collins.
A corrigi, apenas Maria me chama pelo nome.— Não seja chato amor, já temos intimidade o suficiente para eu te chamar de Aron.
— Não, não temos, me chame de Collins como qualquer outra pessoa.
Falei tirando os braços dela do meu pescoço.
O sinal estridente foi ouvido, a ouvi resmungar algo, mais não dei importância, e segui para dentro da grande escola.— Vou beber uma água, vejo você depois.
Felei para o Pedro, e não esperei sua resposta, sai antes de ouvi-ló.Segui pelo grande corredor, indo em direção aos fundos, tirando o maço de cigarro do bolso, e o esqueiro.
Assim que coloquei na boca, pronto para acender, senti um impacto forte no meu braço, me levando para trás, vi meu cigarro ir em direção ao chão.
— Olha por onde anda.
Falei para a pessoa que esbarrou em mim, sem olhar para ver quem seria, pisei no cigarro.— Você esbarrou em mim.
Uma voz brava disse, essa voz, eu reconheceria de longe. Julie Baker.
— Baker.
Falei a olhando nos olhos, sentindo a mesma coisa que eu sentia a três malditos anos consecutivos.— Collins.
Ela disse, sua raiva não parecia ter diminuído, já que o tom de voz continuava o mesmo.— Olha, você sabe meu nome.
Falei, e dei um pequeno sorriso de lado.— O garoto problema, quem não sabe seu nome?
Ela disse.— Pensei que você não soubesse.
Ergui uma das sombrancelhas.E a encarei, e seus olhos não se desviaram dos meus, nem por um instante.
Quem é Julie Baker? Bom, ela é só a porra da menina mais bonita que já vi, tudo nela é natural, do sorriso sem graça que ela da aos professores quando é chamada atenção, até aos gritos e ataques de raiva que tem assim que ouve algo sobre o irmão.
Tudo nela é perfeito.
Desde a pele escura, os cabelos cacheados, até mesmo o sorriso, com dentes pontudos, tudo nela grita "sou bondosa, mais não mecha comigo"E eu acho que a amo por isso...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Entre Cicatrizes
RomanceAron Collins. Típico bad boy, com senso de humor sarcástico, postura despreocupada que fala o que quer, e não está nem aí para o que os outros pensam sobre si. Entre festas, álcool, e drogas, ele leva uma vida "divertida" popular entre os alunos da...