O que eu quero ainda não tem nome!

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Aron

Eu sentia raiva...

Todo o trajeto até a casa de Julie eu sentia como se o mundo fosse desabar sobre mim.

Sentia raiva de mim mesmo e sentia ainda mais do médico maldito.

Todo o caminho foi feito em silêncio, Julie parecia querer chorar e eu queria esmurrar alguém.

Eu precisava de um cigarro...

Assim que chegamos em sua casa, eu a deixei sozinha para tomar banho por uns instantes, não foram três minutos, no banheiro a água jorrava sem pausa e eu me preocupei.

Bati na porta sem obter resposta.

Abri com cuidado, não queria invadir a privacidade dela nesse nível.

Mas nem mesmo a roupa pra tomar banho Julie havia tirado, estava encolhida num canto do banheiro ainda vestida e a água caía sobre suas costas.

Me aproximei com cautela, pesando que talvez ela não me quisesse ali.

Vê-la chorando tão frágil, me fez querer ainda mais a destruição do maldito médico de merda.

Ele havia a feito chorar, ela estava tão mal por causa dele.

Ele a feriu, e eu não o perdoaria por isso.

Assim que ela se acalmou eu a deixei para se trocar enquanto saia de sua casa para comprar algo pra que ela podesse comer.

Resolvi ir a pé, para ter tempo de despejar minha raiva em algo.

Puxei um maço do bolso, estava tentando parar...

Acendi um rapidamente enquanto ia em direção a uma venda que eu havia visto quando chegamos pela primeira vez.

A fumaça se dissipava no ar, traguei com força sentindo queimar e o gosto de menta atingir meu paladar.

Soltei novamente repetindo esse mesmo processo até chegar na venda.

Apaguei o cigarro pisando em cima e entrei, comprimentei o vendedor brevemente e peguei uma cesta.

Coloquei dentro tudo que eu achei que Julie gostaria.

Doces, lanches, até mesmo alguns pães com queijo e presunto.

Fui até o caixa e paguei por tudo.

Voltei calmante até a sua casa, estava empolgado para anima-la.

O que ela passou hoje refletiria como um trauma no futuro.

Traumas são uma merda.

Abri a porta e entrei com as sacolas na frente.

Tive uma surpresa quando ouvi uma voz masculina a questionando sobre quem seria eu.

Me manti em silêncio ainda segurando as sacolas, não sabia como resolver a situação que nos encontravamos.

— Davi, esse é Aron, um amigo — Ela disse parando ao meu lado.

— Mamãe sabe que você trouxe homens para cá? — O Davi Perguntou.

Entre CicatrizesOnde histórias criam vida. Descubra agora