Obrigada

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Julie

Evitei dormir, sabia que teria pesadelos e eu não queria relembrar tudo que senti.

Levantei da cama algumas horas depois pronta para me arrumar e ir até a faculdade.

Era praticamente meu primeiro dia e já havia acontecido tanta coisa.

Tomei um banho rápido e penteei o cabelo o deixando solto, talvez eu devesse finalizá-lo, mas eu não queria ser apenas uma escrava da finalização.

Meu cabelo era lindo mesmo sem estar com os cachos perfeitos.

Me olhei no espelho, agora meu cabelo batia quase na minha cintura, óbvio que depois de seco seu tamanho diminuía considerável mas molhado ele era enorme.

Peguei minha bolsa em um canto do quarto e desci as escadas, no relógio contava oito da manhã, as aulas começariam um pouco mais tarde hoje, já que ontem foi o primeiro dia.

Assim qie cheguei na sala, vi uma bolsa jogada sobre o sofá, o símbolo da Gucci estampado deixava claro quem era sua dona.

Ignorei e sai, optando por apenas tomar um café no caminho, não queria ver a minha mãe, estava evitando.

Hoje o dia seria um pouco menos corrido, eu iria para a faculdade e logo depois passaria o dia com meu irmão no Sant Gloues.

Não tive tempo de agradecer a Aron corretamente, ele havia feito muito por mim.

Fui andando até a Sanzio Ford.

Alguns minutos depois eu observava o grande portão que dava acesso a uma das faculdades mais renomadas do país.

Muitos médicos renomados, doutores e até mesmo empresários saíram desses portões, tornando assim a Sanzio Ford uma faculdade qualificada e muito disputada entre os jovens que realmente queriam algo da vida.

Mas poucos tiveram realmente que batalhar para chegar ali, alguns com pais que já saíram dali tinham mais oportunidades.

Eu não, concorri a uma bolsa, e passei meu sonho era fazer direito, mas eu preferi seguir um sonho do meu pai, algo que ele queria de mim antes de nós abandonar por causa das traições da mamãe.

Talvez, depois da faculdade de administração eu fizesse direto.

Mas, antes eu realizaria seu sonho, e eu espero que algum dia ele veja.

Espero que algum dia ele volte...

Passei pelo grande portão que eu tinha acesso com um cartão, nada de porteiros ou seguranças.

Graças a Deus Sanzio Ford prezava pelo direito de ir e vir.

Olhei ao redor no campus, a grama verde que parecia sintética abrigava uma quantidade enorme de universitários, cada um em sua própria bolha.

Continuei andando até meu prédio, e no caminho encontrei Mateus, ele estava escorado em uma das paredes sorrindo para um rapaz e parecia muito entretido no assunto, passei sem que ele me percebesse.

E logo mais a frente encontrei Emy sentada olhando para um pedaço de torta.

Seus olhos brilhavam para o alimento, e apesar da felicidade havia também tristeza.

Entre CicatrizesOnde histórias criam vida. Descubra agora