Há 9 anos
— Vithor, achei que não viria — Ava disse, próxima a mim, seu sorriso me deixava em êxtase e ela parecia contente. Muito contente.
Sorri junto com ela, sentindo uma sensação agradável no peito, a mesma coisa que sentia sempre.
Ava Velvet. A minha namorada.
— Eu não à deixaria esperando, jamais — Coloquei as mãos em sua cintura a trazendo para mais perto.
O filósofo Jhon Toland disse que dois corpos distintos não podem ocupar o mesmo espaço.
Certamente ele nunca havia presenciado um abraço real entre mim e Ava.
— Como foi seu dia? — ela fez o mesmo questionamento de sempre.
— Normal briguei com os gêmeos, com meu pai e aí decidi sair e vir te ver — a puxei para se sentar no meu colo.
Estávamos em um jardim, a grama verde era aconchegante e eu me sentei no chão.
Ava se encaixou entre minhas pernas e olhou bem fundo nos meus olhos.
— Eu não vou voltar a repetir o que eu acho sobre isso, você nunca me escuta — Ela pereceu desistir, finalmente de me fazer ser mais próximo da minha família.
— Eu tenho uma notícia para te dar — Ela sorriu novamente.
— Boa ou ruim — Sorri junto, com aquele sorriso lindo dela a notícia só poderia ser boa.
— Depende na verdade, para mim foi boa. — Ela parecia apreensiva — No entanto pra você pode ser ruim.
— Diz de uma vez então — Estava começando a me preocupar.
— Na verdade, é melhor mostrar — Ela sorriu de novo.
Ava abriu a bolsa que estava pousada ao seu lado, um envelope meio dobrado ela segurava rente ao peito.
Suas mãos estavam meio trêmulas e seus olhos estavam lacrimejando. Mas seu sorriso me passava segurança.
— O que é isso — estendi a mão para que ele me entregasse o envelope.
— Abre amor — Ela sorriu de novo.
Abri o envelope médio, vendo algumas palavras bem técnicas escritas de forma que eu não entendia.
Mas no finalzinho eu consegui entender.
bhCG: 29mIU/ml
Positivo.
Minhas mãos tremeram enquanto eu segurava o papel, a palavra "positivo" dava voltas na minha mente.
Minha visão escureceu e eu senti o suor descer na minha espinha.
— Amor, tudo bem? A voz de Ava estava distante.
Ouvia ela, mas bem longe.
— Vithor, Vithor — Em seu terceiro chamado eu conseguia ouvir claramente.
Minha visão voltava ao normal aos pouco e a única coisa que tinha na minha frente era Ava, sorrindo.
Soltei o papel e levei minhas mãos até seu rosto.
— Não está brincando comigo, está?— Perguntei mesmo sabendo que ela jamais brincaria com algo desse tipo.
Ava tinha apenas dezesseis anos e eu havia acabado de completar dezoito.
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Entre Cicatrizes
RomanceAron Collins. Típico bad boy, com senso de humor sarcástico, postura despreocupada que fala o que quer, e não está nem aí para o que os outros pensam sobre si. Entre festas, álcool, e drogas, ele leva uma vida "divertida" popular entre os alunos da...