Acho que não!

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Julie

Estava sem reação, não sabia o que fazer, apenas me deixei ser guiada por Aron até seu carro.

Estava tensa e preocupada com meu irmão, ele não poderia ficar aqui.

Apenas vi quando ele estacionou em frente a minha casa, por dentro eu rezava para que minha mãe não estivesse, não sei como a incararia sabendo que ela tem uma grande parcela de culpa no ocorrido.

Aron não disse nada, apenas deixei que ele abrisse a porta estava funcionando no automático, não queria chorar.

Afinal, não aconteceu nada. Não é?

Ele tentou, mas não fez nada, não foi?

Repeti na minha mente as perguntas que já me foram feitas uma vez. No pior dia da minha vida.

Assim que paramos em frente a porta, Aron esperou para que eu lhe entregasse a chave.

Ele não tinha dito nada o caminho todo e sua expressão era raiva.

Será que ele estava com raiva de mim?

Mas não foi minha culpa!

Ou será que foi?

Eu fui a aquela sala.

Eu fechei a porta.

Talvez, eu não estivesse vestida adequadamente pro ambiente.

Será que foi minha culpa?

Entramos em casa, joguei minha bolsa sobre um dos sofás e subi em direção ao meu quarto, Aron me seguia a todos momento.

Sem dizer uma palavra.

Mas, eu queria. Queria que ele dissesse algo.

Por favor Aron, diga algo.

Implorava no meu subconsciente.

— Vai tomar um banho — Ele disse. Suave mas ainda com raiva.

Apenas confirmei, ao menos ele não estava me ignorando.

Entrei no banheiro e fechei a porta, fui até o chuveiro o ligando.

Entrei em baixo da água sem ao menos me preocupar se ainda estava vestida.

Senti a água gelada escorrer por minhas roupas e encontrar a minha pele. Um arrepio veio com tudo da minha espinha.

E eu senti de novo, mas uma vez as mãos do médico estavam me agarrando, fazendo uma proposta nojenta.

Sentia ele me apertando, mas ele não estava lá.

Sem perceber as lágrimas jorravam novamente dos meus olhos.

Abaixei escorregando como a água pela parede, coloquei o braço sobre os joelhos e chorei.

Chorei tudo que eu tinha pra chorar, chorei pelo nojo. Por toda a culpa e até mesmo pela raiva que eu sentia não só do nojento do James, mas também de mim mesma.

Entre CicatrizesOnde histórias criam vida. Descubra agora