Esqueça Isso

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Julie

Senti uma sensação estranha ao ouvir Aron dizer mon tresór tão perto.

O pouco que sei, é que é francês e a pronúncia entrega o que ele disse.

— Por que em francês? Perguntei interessada, vendo Mateus vir em nossa direção.

— É charmoso, ou você não acha? Aron perguntou.

— Na verdade, até acho... Mas, nunca tinham me chamado por algo em francês antes — Falei.

Mateus se aproximou parando do nosso lado.

— Você demorou — Falei ao sentir ele próximo, ele rapidamente trouxe a cadeira de uma outra mesa até a mesa em que estávamos.

— Esse aqui são, Aron, Vithor, José e Julio. — Emy os apresentou com entusiasmo.

Olhei de relance para Aron que agora mantinha seu foco em Mateus.

— Então, esse é o nosso amigo Mateus,  ele cursa artes cênicas — Mencionei sem ao menos saber por que.

José parecia hipnotizado, mas isso era claro, Mateus era muito bonito, os cabelos castanhos deixavam seu rosto com um brilho que o deixavam encantador.

O sorriso era largo e muito charmoso, e a sua pele brilhava em um marrom escuro belissimo, a melanina era sim uma dádiva.

Os olhos puxados para uma cor clara que mudava de acordo com o sol, e seu olhar era penetrante.

A barba rala deixava seu maxilar definido e dava a ele uma expressão peculiar.

No mais, Mateus era lindo.

— Vocês já pediram algo para comer? — Vithor perguntou.

— Sim, mas admito que não estou com muita fome — Emy disse.

Eu já havia percebido que apesar de comer uma quantidade um pouco alta de comida, ela não se sentia cem por cento confortável.

Ela realmente comia com gosto, mas quando acabava,  aparentemente a tristeza vinha depois.

Olhei em seu rosto buscando algum sinal que demonstrasse algo, mas eu só a conhecia a um dia.

E apesar da nossa conexão ter sido imediata,  eu não quero a questionar sobre isso,  não agora...

Assim que nossos pedidos chegaram, todos nós nos alimentamos.

E eu não havia percebido o quanto estava faminta até por o primeiro pedaço da pizza de quatro queijos em minha boca.

A cada pedaço eu entrava um pouco mais no céu.

Os rapazes também já haviam feito o pedidos deles, e nós dividimos e todos comeram um pouco de tudo.

Eu não havia mais conversado com Aron depois daquele momento.  Ele também não pareceu querer falar algo a mais comigo.

Mas se falasse eu não saberia o que dizer, já que eu não o conhecia.

A verdade é que Aron sempre foi uma incógnita. 

Entre CicatrizesOnde histórias criam vida. Descubra agora