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LEBLANC...

Quando saio da residência do presidente, Peter, o motorista, já está com o Tesla estacionado sob a marquise. Ele sai do carro quando eu me aproximo e estende o cartão–chave. Assim que pego o cartão e entro no carro, sinto o celular vibrar no bolso da calça. É um número desconhecido, mas levando em consideração que eu o passei apenas para uma pessoa na América, sei quem é.

– Detetive – saúdo.

– Sr. Campbell – Kevin Pierce murmura.

Ouço o barulho da delegacia através do celular. Os telefones tocando incessantemente, as conversas paralelas e as teclas dos computadores sendo apertadas. Consigo ficar estressado só de idealizar o ambiente.

– Surgiram novas dúvidas na investigação do atentado – ele informa.

Dou partida no carro e dirijo para fora da propriedade Donneli.

– Então estão no caminho certo.

– Sabe... eu ouvi algumas sobre o senhor – o barulho é abafado, então provavelmente Pierce entrou em uma sala fechada.

Ele está blefando. É impossível que Pierce saiba algo sobre um nome que eu criei.

– Tudo mentira.

– Coisas boas.

– Então é verdade.

– O senhor poderia vir até a delegacia? – ele pede.

O sol está se pondo no horizonte. Quando isso acontece, falta pouco tempo para as corridas de rua começarem no Bronx. Era meu momento favorito, além das confissões para o Padre Bee.

– Eu sou um suspeito? – pergunto.

– Absolutamente não.

– Então tem sua resposta.

Desde o atentado, tem sido difícil trabalhar. Minhas melhores fontes eram policiais corruptos, e a maioria deles foi demitida. Também há este detetive no meu alcanço, que não parece afim de desistir.

– Estou tentando tornar as coisas fáceis. Me ajude, Sr. Campbell – Pierce murmura. Eu sou muito, muito paciente. Caso contrário, iria até a casa deste detetive e o faria engolir suas provocações.

– Você sabe que não conseguirá uma solução comigo. Quando começar a procurar nos lugares certos, então terá uma resposta, detetive.

Dirijo até o Bronx. Este não é o tipo de bairro no qual um Tesla deveria estar, mas eu não tenho muitas opções. Preciso saber quem é Minerva, e por que está fazendo balbúrdia na cidade. Isso não é exatamente importante para meu trabalho, mas é para meu ego.

– Eu... – ele tenta, porém eu o interrompo.

– Tenha uma boa tarde. Adeus – desligo o celular e o jogo no banco passageiro.

O Bronx está separado de Manhattan pelo rio Harlem. Isso quer dizer que um mero fio de água separa os ricos dos miseráveis. Há duas versões do bairro Bronx. A primeira é mundialmente conhecida como a zona de extrema pobreza, lugar onde as pessoas vendem o almoço para comprar o jantar. A segunda parte é mundialmente temida. Lar dos drogados, das adolescentes que descobriram a prostituição e dos criminosos. Foi neste último que eu cresci.

Eu sei que irei encontrar Minerva – seja lá quem for – na zona restrita do Bronx. Ele gosta das corridas, pelo que ouvi falar, e sempre há um racha envolvendo apostas na zona restrita. Eu não estou pensando em colocar meu Tesla no jogo esta noite, mas, se precisar, farei.

Me aproximo da zona restrita. O sol se pôs há alguns minutos, e posso contar nos dedos de uma mão as luzes dos postes que funcionam. As ruas são largas, com prédios abandonados ou em estado miserável nas laterais.

ÚLTIMA DANÇAOnde histórias criam vida. Descubra agora